Convidado do “Futebol sem Fronteiras”, Casagrande faz críticas à postura da seleção brasileira e à falta de engajamento dos jogadores em relação ao posicionamento dos jogadores.
“Estamos em agosto e a Copa começa em novembro. Agora, esses caras têm que pensar na Copa. Têm que jogar nos times deles, fazer a preparação, treinar sério, esquecer festinha e ter consciência de sua importância dentro de um grupo de seleção. Cobro muito o posicionamento de jogador de futebol. Como vim da Democracia Corintiana, não entendo como nenhum fala alguma coisa que interesse para a sociedade brasileira”, apontou.
O jogador, engajado em assuntos políticos e figura de destaque na Democracia Corintiana, defendeu a postura da seleção de 1986, apontando que atitudes dele e de Sócrates fizeram com que cumprissem a própria proposta.
“Na Copa de 86, foram dois caras que estavam desde o começo da Democracia Corintiana e que foram importantes para ela: Sócrates e eu. Chegamos para a preparação desde 85 pensando na Copa do Mundo e que nosso dever havia sido cumprido até a sobrevivência da Democracia Corintiana. Fizemos nosso papel direitinho. Cumprimos com nossa proposta. Quando chegamos à Copa de 86, nosso pensamento era a Copa”, contou Casagrande.
Para o ex-jogador e comentarista, falta posicionamento sobre assuntos importantes por parte da seleção. “No caso dos jogadores de hoje, eles tiveram três anos e meio para se posicionar sobre qualquer coisa: estupro de jogador de futebol, assédio moral e sexual de presidente da CBF, uma Copa América que não era nossa e a trouxeram no meio de uma pandemia… Eles fizeram um manifesto do qual ninguém se lembra de uma palavra hoje. Só vai ser lembrado por falta de atitude”, afirmou Casagrande.
Por fim, Casagrande aponta que a visão negativa sobre o uso da camisa da seleção deve ser alterada muito em breve.
“Virou uma hipocrisia. Pode ter enganado até um certo ponto. Mas hoje a grande maioria das pessoas olha e vê uma hipocrisia gigantesca atrás disso. Eles não defendem o verde e amarelo; eles usam essas cores. É diferente. Mas isso volta e o Brasil vai entrar em outro ritmo, onde a camisa verde e amarela voltará a ser o que era”, finalizou.

