O Flamengo demitiu no início de agosto o segurança Benedito Ferreira, um dos heróis do incêndio do Ninho do Urubu em fevereiro de 2019, de acordo com a jornalista Gabriela Moreira, da Globo.
O profissional entrou com processo contra o clube rubro-negro em maio deste ano pedindo uma indenização de R$ 2,5 milhões de direitos trabalhistas.
Segundo a publicação do blog da jornalista no GE, Benedito passou por “longos períodos afastado de suas atividades por problemas psiquiátricos”. A última passagem pelo clube foi em julho.
Em nota à jornalista do Grupo Globo, o Flamengo ressaltou que “não existe um motivo especial para a demissão e que ele recebeu todos os direitos trabalhistas”.
O segurança relata que o clube não relacionou o seu afastamento à tragédia que acabou na morte de 10 jovens no CT do Flamengo. Assim, o INSS não reconhece “nexo causal” entre a saúde do ex-funcionário com o ocorrido no Ninho do Urubu.
Laudo psiquiátrico de junho de 2022 confirma que Benedito sofre com problemas desde a tragédia no CT do Flamengo: “Pensamentos lentos e pessimistas, insônia, alteração de consciência do eu, alteração de memória e incapacidade de realizar tarefas ou ações”.
Benedito falou com o Fantástico em 2021
Em março de 2021, quando completava-se dois anos da tragédia do Ninho do Urubu, Benedito Ferreira conversou com a equipe do Fantástico e revelou a importância dos remédios desde então.
“A psiquiatra disse que era um processo bem lento, que enquanto estiver viva na minha memória não tem como ela me liberar, tirar remédios, medicamentos. Começou com pouco – cerca de 100 mg por dia, hoje são 619 mg por dia. Eu uso seis medicamentos por dia”, comentou o ex-segurança do Flamengo.
“Se não tomo, fico trêmulo, à noite não consigo dormir. Às vezes mesmo tomando essa quantidade de medicamento não consigo dormir. Já teve dia de chegar no Flamengo, num setor, determinado departamento e comecei a me sentir mal. Pedi ao encarregado de segurança para me liberar e ir para casa”, completou.
Confira a nota do Flamengo divulgada pelo blog da Gabriela Moreira
“O Benedito não foi demitido por nada que tenha feito. Não existe um motivo especial. Apenas seus serviços não estavam mais sendo necessários às demandas internas do clube. Tecnicamente falando, trata-se de uma demissão sem justa causa, a mais comum que existe. Tendo, o mesmo, recebido todos os seus direitos trabalhistas. No que tange às perguntas envolvendo a questão do acordo e do incêndio, são assuntos que estão sendo debatidos na justiça, no processo ajuizado por ele, razão pela qual o clube tratará deles apenas na demanda ajuizada”.
