Home Futebol Brasileirão Série B: Vasco encontra na base a solução de uma série de problemas

Brasileirão Série B: Vasco encontra na base a solução de uma série de problemas

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação da equipe de Emílio Faro na boa vitória sobre o Tombense

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

O Vasco pode não ter sido brilhante na vitória por 3 a 1 sobre o Tombense neste sábado (13), em São Januário. Mas a forma como a equipe comandada por Emílio Faro construiu o resultado e encarou as mais diferentes situações que o jogo válido pela 24ª rodada do Brasileirão Série B deu sim esperanças de que o futuro pode ser muito mais feliz do que o presente. Se o Trem Bala da Colina teve a sua melhor atuação coletiva em tempos (pelo menos na visão deste que escreve), muito se deve à apresentação de Andrey Santos e Marlon Gomes. Os dois foram os melhores em campo e conseguiram descomplicar as coisas com relativa facilidade. Melhor para o Vasco.

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É lógico que o time de Emílio Faro ainda não joga o futebol que a torcida espera. Mas é interessante ver como o treinador vem conseguindo encontrar soluções para uma série de problemas na base da simplicidade e na utilização dos jogadores da base vascaína. Além de Marlon Gomes e Andrey Santos, o elenco ainda conta com nomes como Eguinaldo e os já conhecidos Gabriel Pec e Figueiredo. Nomes que ainda precisam de tempo, mas que já mostram grande potencial para assumir o protagonismo e encarar situações mais adversas do que o jogo complicado contra o Tombense pela Série B.

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A juventude se soma com a experiência de veteranos como Anderson Conceição, Nenê e Alex Teixeira. Destes, apenas o primeiro teve uma atuação mais consistente, jogando por ele, Quintero e Edimar ao mesmo tempo e comandado a zaga do Vasco com a firmeza que eu e você conhecemos. Mais à frente (e mesmo sobrecarregado), Yuri Lara conseguiu dar conta do recado e segurar o ataque veloz do Tombense organizado por Bruno Pivetti num 4-3-3 que utilizava alguns elementos do jogo de posição e que forçava o jogo pelo lado direito de ataque. Justamente em cima de Edimar e Alex Teixeira.

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Também precisamos reconhecer que Emílio Faro escolheu bem as peças que mandou a campo neste sábado (13). Antes da bola rolar em São Januário, este que escreve se perguntava se Marlon Gomes seria mais um volante ou se seria posicionado no lado do campo. Sem a bola, o camisa 25 fechava o lado direito num 4-4-2 mais nítido. Com a posse, ele abria o corredor para as subidas de Matheus Ribeiro e se aproximava de Nenê para dividir a responsabilidade na construção as jogadas. As subidas de Andrey Santos ao ataque transformavam o 4-2-3-1 inicial de Emilio Faro num 4-1-4-1 de muita mobilidade, ótima ocupação dos espaços e de muito volume de jogo.

Formação inicial das duas equipes em São Januário. Marlon Gomes abre o corredor para Matheus Ribeiro e Andrey Santos avança.

O gol marcado por Andrey Santos logo aos três minutos do primeiro tempo acabou condicionando todo o jogo. Em desvantagem no placar, Bruno Pivetti avançou as linhas do Tombense e começou a forçar o erro na saída de bola vascaína. Na prática, as coisas só se descomplicavam de verdade quando a jogava passava pelos pés de Andrey Santos e Marlon Gomes. O primeiro se transformaria no grande nome da manhã/tarde de sábado (13) e o segundo ainda nos brindaria com um golaço candidatíssimo ao Prêmio Puskás. E isso tudo com Raniel em mais uma atuação abaixo da média, Nenê muito bem vigiado e Alex Teixeira ainda longe do melhor entrosamento com os companheiros.

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É verdade que o Vasco teve alguns momentos de desconcentração e permitiu que o Tombense levasse perigo à meta defendida por Thiago Rodrigues. Principalmente no primeiro tempo, quando o goleiro do Vasco fez duas boas defesas. No segundo tempo, Emílio Faro modificou todo o quarteto ofensivo e aproveitou bem os espaços que seu adversário deixava no último terço. O escrete de São Januário ainda desperdiçou boas chances antes de Andrey Santos fazer o segundo dele na partida (e o terceiro do Vasco) a partir de bola roubada por Eguinaldo na saída de bola do Tombense. E nem mesmo o gol marcado por Matheus Frizzo diminuiu a festa da torcida em São Januário.

O Vasco recuou suas linhas e explorou os contra-ataques no segundo tempo com Eguinaldo, Palacios, Figueiredo e Bruno Tubarão.

Mesmo assim, o Vasco sofreu menos do que o esperado, venceu o Tombense com atuação muito mais segura do que em outras partidas e voltou a abrir oito pontos de distância para o quinto colocado no Brasileirão Série B (42 pontos contra 34 do Londrina). Mas a grande notícia deste sábado (13) foi (sem qualquer sombra de dúvida) a apresentação de Marlon Gomes e Andrey Santos. Se os mais experientes ainda buscam a melhor forma física e o entrosamento com os demais companheiros, os mais jovens parecem não sentir o peso das partidas e a pressão por bons resultados. Ambos jogaram como gente grande e descomplicaram uma série de lances.

Só que é preciso ir com calma. O futebol é altamente dinâmico e uma atuação mais abaixo em qualquer outro jogo não significa que os dois não servem mais. É por isso que toda prudência e paciência com Andrey Santos, Marlon Gomes, Eguinaldo, Figueiredo e até mesmo Gabriel Pec são fundamentais para que estes e outros cresçam, amadureçam e façam aquilo que se espera de cada um deles. A base resolve problemas. Mas ainda não é a solução de TODOS eles.

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