Multicampeão pelo Palmeiras, o técnico Abel Ferreira faz questão de destacar que o sucesso do clube não é por acaso. Em entrevista ao ‘Buzz Talk’, o comandante do Verdão falou sobre estilo de trabalho e abriu o jogo sobre o que trata como algo ‘inegociável’.
O treinador português minimizou os erros técnicos do jogador, mas destacou que não abre mão do esforço dentro de campo. Abel Ferreira ainda citou o caso do atacante Rony, que passou alguns jogos tentando acertar um gol de bicicleta, até que já conseguiu o feito em duas oportunidades.
“O que eu fico p*** não é quando erram cruzamento ou perdem um gol. É quando tem que dividir a bola com tudo e tiram o pé. Quando tem que correr e não vai. O esforço. A parte física do esforço eu fico p***. A parte técnica não, pois tenho certeza que ele quer fazer bem. Não critico a decisão, o jogador quer fazer o melhor para ele e equipe. As questões do esforço, atitude, entregar tudo. É inegociável”, afirmou Abel Ferreira.
“Nunca falei (para o Rony) ‘para de fazer isso’ (dar bicicleta). Uma vez ele tinha que fazer o gol com o pé e foi com a cabeça no chão. Eu disse ‘como você lembrou de ir com a cabeça no chão?’. Ele disse ‘não diga nada, professor. Fui brincar com ele, pois sabia que queria fazer o gol. Na parte técnica, o cruzamento, o chute, são os jogadores (que fazem). Quando vem um erro técnico e tem vaia, eu digo para esquecer, pois o próximo lance é o mais importante. O jogador fica pensando no que aconteceu, remoendo na cabeça. Isso que não quero”, completou.
Abel Ferreira na seleção portuguesa:
Abel Ferreira fez sua carreira de jogador como lateral-direito, mas atuou apenas em clubes de Portugal, com destaque para o Sporting. Pelo time de Lisboa, foram mais de 180 jogos entre 2006 e 2011, além da convocação para a seleção portuguesa sob o comando de Felipão.
“Ali eu já estava de olho em ser treinador. Tinha 27, 28 anos, mas já queria ser (treinador). E eu pensei: ‘tenho duas semanas para ver os melhores jogadores portugueses, o melhor treinador’. Várias pessoas me dizem que sempre andava com um bloco (de notas) atrás de todos. Sim, eu anotava tudo. Essa convocação veio e eu imaginei: ‘se conseguir jogar, será ótimo, se não, vou aprender com os melhores’. Esse foi meu intuito. E a verdade é que não joguei, treinei só, mas foram duas semanas de muito aprendizado”, relembrou.

