Ao longo da história, a Argentina possivelmente só perde para o Brasil em números de grandes craques produzidos. Praticamente em todas as décadas, jogadores argentinos brilharam no futebol mundial. No entanto, a Albiceleste sempre teve dificuldade de transformar todo esse talento em títulos — ao menos da Copa do Mundo. Será que Messi poderá liderar seus companheiros rumo ao tri? Ainda é cedo para dizer, mas muitos torcedores e apostadores já estão dando seus palpites de futebol.
Mesmo já tendo produzido alguns dos melhores jogadores de todos os tempos, a Argentina conquistou apenas dois títulos mundiais. Esta é a mesma quantidade de Copas vencidas pelo Uruguai, um país de 3 milhões de habitantes, e pela França, uma seleção bem menos tradicional.
Desde os primórdios do futebol, a Argentina revela jogadores de grande relevo. Como não exaltar o futebol de Alfredo Di Stéfano (anos 50), Omar Sívori (anos 60), Mario Kempes (anos 70), Maradona (anos 80), Batistuta (anos 90), Riquelme (anos 2000) e Messi (anos 2010)?
Pelo menos dois desses craques — Maradona e Messi — sempre aparecem em listas dos melhores de todos os tempos. Para muitos, aliás, eles podem ser considerados os melhores. Então, por que a Argentina não consegue transformar essa superioridade em conquistas? Este debate tem sido levantado por cronistas esportivos argentinos e, de fato, chama a atenção.
Além das poucas conquistas, sobre uma delas, a de 1978, paira uma dúvida em relação à lisura da competição. Naquele ano os argentinos disputaram a Copa em casa, quando o país vivia uma ditadura militar severa.
Na segunda fase do Mundial, Brasil, Argentina, Polônia e Peru caíram no mesmo grupo — e brasileiros e argentinos chegaram à última rodada na liderança, empatados em número de pontos. No entanto, apenas uma seleção se classificaria à final.
Inicialmente, a rodada decisiva começaria com Argentina e Peru jogando à tarde e Brasil e Polônia à noite. Acontece que, por um motivo até hoje mal explicado, os horários foram invertidos, de modo que os argentinos entraram em campo, à noite, sabendo que precisavam vencer o Peru por pelo menos quatro gols de diferença. O jogo terminou 6 a 0 para a Albiceleste e, desde então, muitos relatos e denúncias sobre o jogo ter sido comprado pipocaram mundo afora.
Independentemente de ter havido algum esquema, os dois títulos mundiais da Argentina não fazem jus ao que o país representa para o futebol mundial. Esta dificuldade em vencer Copas também ajuda a mostrar a importância de Maradona para o país.
Em 1986, ele só não fez chover no Mundial do México. Com gols e passes decisivos, o camisa 10 levou a taça para Buenos Aires, em um contexto muito complicado para a sociedade argentina. O país havia acabado de sair da ditadura militar e tinha, quatro anos antes, se envolvido na Guerra das Malvinas. Ainda havia muito luto e ressentimento, e Maradona ajudou a aliviar o coração de milhões de argentinos.
Atualmente, o país também vive um cenário bastante conturbado, com crescimento expressivo da pobreza e acirramento político. Será que Messi poderá repetir Maradona e conquistar o tricampeonato para os argentinos?

