Bahia abre proposta do Grupo City avaliada em R$ 1 bilhão
Acordo entre o Esquadrão de Aço e grupo internacional pode bater o recorde de cifras em SAFs no Brasil
Reprodução / Twitter Bahia
Na noite dessa sexta-feira (23), o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, se reuniu com os conselheiros do clube para apresentar maiores detalhes da proposta feita pelo City Football Group. A instituição tem como objetivo adquirir a empresa que administra o futebol do Bahia.
O City propôs o aporte de R$ 1 bilhão por 90% da companhia que irá administrar a SAF tricolor. Desse total, R$ 500 milhões são para investimentos em novos jogadores, R$ 300 milhões para quitar dívidas e R$ 200 milhões para outras aplicações, como infraestrustura, categorias de base e capital de giro. O prazo contratual entre o clube baiano e o grupo seria de 15 anos.
O negócio pode ampliar ainda mais o futebol do Bahia e o alto capital oferecido pode garantir maiores reforços, o que estimularia a competitividade do clube em campeonatos. Se a proposta for acordada, o City terá como obrigação manter a folha salarial da empresa no que for mais rentável: R$ 120 milhões anuais ou 60% da receita bruta da SAF, excluíndo transferências de jogadores.
Outro fator relevante está associado às dívidas da associação civil, que serão liquidadas. Em resumo, o Bahia negociará os seus débitos com credores, sem que haja necessidade de entrar em um processo de recuperação judicial. Segundo o contrato apresentado em reunião, o grupo City quitaria as dívidas existentes.
A proposta visa manter a marca como uma propriedade de associação civil. Na prática, o nome Bahia na SAF estará associado ao pagamento de royalties, que contabilizarão o montante de R$ 2,5 milhões por ano. Esse acordo preserva itens do clube como hino, escudo, brasão, apelidos, cores, entre outros. Qualquer alteração, estará sujeita à votação na associação.
Programas sociais do Esquadrão de Aço, como o “Camisa Popular”, que barateia custos do uniforme, e “Dignidade aos Ídolos”, que entrega bolsas para ex-jogadores necessitados serão preservados na nova gestão.
Sobre as SAFs
Para aprovação da SAF, o clube precisa convocar uma assembléia com os sócios. Caso a proposta seja aceita, o Bahia seguirá o mesmo processo feito por outros times brasileiros, como Botafogo, Vasco e Cruzeiro.
Vale destacar o alto valor, de R$ 1 bilhão, oferecido pelo City ao Tricolor. O Glorioso do Rio atua no Brasileirão Série A e fechou uma parceria de R$ 400 milhões mais aportes anuais, mesmo valor para o Cruzeiro na segunda divisão. Já o Vasco, contabilizou R$ 700 milhões com a 777 Partners.
Com a aquisição de 90% do capital referente ao futebol, o Grupo City terá total autonomia para comandar o Tricolor. Os outros 10% estariam vinculados à associação civil Esporte Clube Bahia, que teria uma participação minoritária.
Por fim, a governança será feita por um Conselho de Administração composto por seis pessoas. Cinco indicadas pelo Grupo City e uma pelo Esporte Clube Bahia, que terá como papel monitorar a administração da empresa.
Grupo City
Caso assuma o comando do Bahia, o Grupo City irá implantar a mesma metodologia adotada em outros clubes espalhados ao redor do mundo, o que inclui tecnologia própria e inclusão dos baianos em redes para captar novos talentos.
O mentor desse projeto é Ferran Soriano, que escrevou o livro “A bola não entra por acaso”. O gestor anotou bons resultados em seu portfólio, ao passar pelo Barcelona entre 2003 e 2008. Para Soriano, a troca de informações e de jogadores, é primordial em uma multinacional esportiva.
A empresa tem como foco expandir a sua atuação à nível global e nesse contexto, a City buscava um clube na América do Sul. O grupo chegou a conversar com o Atlético-MG, porém as negociações não avançaram.
O contato com o Bahia surgiu em setembro do ano passado, quando os dirigentes do Esquadrão de Aço se aproximaram de representantes do City. A ponte entre o clube e a empresa foi feita por Paulo Pitombeira, empresário do craque Gabriel Jesus, do Manchester City.
Val ressaltar, que o grupo administra também os Citizens e dessa forma, o Bahia ocuparia a segunda posição na escala de investimentos da empresa.

