A contagem regressiva para a Copa do Mundo 2022 no Catar continua. Dessa forma, estamos a apenas dois meses da maior festa do futebol se iniciar, em 20 de novembro, quando a seleção anfitriã e o Equador rolarem a bola. Nesse sentido, vamos relembrar algumas histórias inusitadas, quase desconhecidas ou pouco lembradas pelos torcedores ao longo da quase centenária história dos Mundiais.
Cachorro impede roubo da taça da Copa do Mundo
17 anos antes da Taça Jules Rimet ser roubada da sede da CBF no Rio de Janeiro e derretida, por muito pouco o troféu da Copa do Mundo não desapareceu na Inglaterra, antes do Mundial de 1966. Graças ao cachorro Pickles, que descobriu onde a taça estava escondida ao farejar uns arbustos em Londres, durante passeio com seu dono. A Jules Rimet havia sido retirada de uma vitrine no Westminster Center Hall, na capital inglesa, durante uma exposição de selos em 20 de março de 1966.
Dessa forma, a taça foi encontrada de forma involuntária pelo cão uma semana depois, na noite do dia 27, embrulhada num pacote com jornais e barbantes. Assim, Pickles e seu dono viraram celebridades no país. Quatro meses depois, em 30 de julho daquele ano, Bobby Moore receberia a Jules Rimet em Wembley das mãos da Rainha Elizabeth II, falecida na última quinta-feira (08).
O desespero do jogador do Zaire
Num dramático jogo pela Copa do Mundo de 1974, o Brasil precisava vencer o Zaire por três gols de diferença para se classificar para a próxima fase. Então, quando o jogo já estava 3 a 0 para a seleção de Zagallo (que seria o placar final), uma atitude inusitada chamou a atenção. Enquanto a equipe brasileira se preparava para cobrar uma falta, a cinco minutos do término do confronto, um zagueiro do time africano se aproximou da bola e deu um chute nela para longe. Nesse sentido, Ilunga Mwepu foi advertido com o cartão amarelo.
Posteriormente, o próprio jogador revelaria que o ato foi de desespero. Afinal, os guardas do ditador do país Mobutu Sese Seko ameaçaram os atletas caso perdessem por mais de três gols para o Brasil. A equipe entrou em campo já eliminada logo após perder por 2 a 0 para a Escócia e levar 9 a 0 da Iugoslávia.
“Então, quando o Rivellino se preparou para cobrar uma falta e já estava 2 a 0 para o Brasil, entrei em pânico e dei um bicudo na bola antes de ele cobrar a infração. A maioria dos jogadores do Brasil e os torcedores nas arquibancadas pensaram que aquilo tudo foi hilário, coisa de amador. Eu só consegui gritar ‘Seus malditos!’ para todos eles, porque ninguém ali sabia a pressão que nós estávamos vivendo”, disse Mwepu anos depois daquela Copa do Mundo, em entrevista à revista FourFourTwo.
Sheik anula gol da França
Na fase de grupos da Copa do Mundo de 1982, a França vencia o Kuwait por 3 a 1 e havia marcado mais um gol na fraca equipe asiática. Eram 35 minutos do segundo tempo, quando Michel Platini fez a assistência para Alain Giresse anotar o quarto. Porém, um apito ecoou das arquibancadas um pouco antes da finalização. Desse modo, os jogadores do Kuwait pararam, achando que o árbitro havia interrompido o lance. Contudo, o gol foi inicialmente validado.
Nesse sentido, o sheik Fahid Al-Ahmad Al-Sabah, irmão do emir do Kuwait, invadiu o campo com a conivência da polícia espanhola, conversou com o árbitro soviético Miroslav Stupar e retornou às tribunas do estádio. Então, o juiz da partida decidiu anular o gol. Pouco adiantaria, pois minutos depois a França faria mais um, fechando o placar em 4 a 1. Décadas antes do VAR aparecer, uma interferência interna e política motivaria o cancelamento de um gol logo após a confirmação inicial da arbitragem, em plena Copa do Mundo.

