Em recente entrevista à ESPN, o presidente do Atlético, Sérgio Coelho, falou sobre a ajuda financeira dos mecenas do clube (Renato Salvador, Ricardo Guimarães, Rafael e Rubens Menin). Disse que sem eles, o time estaria hoje disputando a Série B do Brasileirão.
“Eu faço muito questão de dizer que se o clube está hoje na condição que está é por essas pessoas ajudando. Se não tivesse a participação, o Galo estaria entre os clubes com maiores problemas financeiros do Brasil. O Galo estaria esse ano na segunda divisão. Tinha caído do ano passado para cá. Para vocês terem a grandeza do que eu estou falando, em números, nós pagamos quase R$ 100 milhões em dívidas na Fifa durante o meu mandato. Onde iriamos pagar esse dinheiro para pagar? O que eu estou dizendo aqui, o meu antecessor, o Sérgio Sette Câmara, sabe tanto quanto eu. Foi ele o primeiro que disso isso”, disse Coelho.
Para o comentarista Mauro Cezar Pereira, o Galo está indo, guardadas as devidas proporções, para o mesmo caminho que tomou o Cruzeiro, que aumentou demais seu endividamento e só agora, com a criação da SAF, está começando a tirar o pé do buraco.
“A dívida do Atlético é a maior, no último balanço são R$ 1,3 bilhão. O Atlético poderia, ao invés de ser campeão brasileiro, da Copa do Brasil, ter um time compatível com as suas finanças. Talvez não fosse rebaixado, brigaria para não cair, mas acertando as suas contas. Quando ele monta um time tão caro, evidentemente ele aumenta o endividamento”, analisou Mauro Cezar em participação no programa Bate Pronto, da rádio Jovem Pan.
“O Atlético viveu um ano de fantasia no ano passado com um time que ele não pode pagar. Só tem, como ele mesmo disse, por causa desses homens ricos que colocam dinheiro no clube. Mas até quando dura isso aí? Situação bem complicada”, prosseguiu o comentarista, antes de comparar a situação do Galo com a do rival Cruzeiro.
“O mais impressionante neste caso do Atlético é ver tudo o que aconteceu no Cruzeiro, embora sejam situações diferentes, é bom frisar, mas o Cruzeiro gastava o que não tinha – aconteceram coisas piores, a gente sabe disse (polícia, ministério público). O Cruzeiro durante um bom tempo tinha times de futebol que ele não podia pagar. Ganhou alguns títulos, mas isso teve um papel importante no processo de endividamento”, disse Mauro Cezar.
“E o Atlético seguiu um caminho, que não é igual, mas também é muito perigoso, que é depender de aportes financeiros de terceiros e comprar jogadores caros, contratos longos com jogadores veteranos. Você fica sempre dependendo de 100% de rendimento. Tem que vencer sempre, ganhar tudo para poder tentar fechar a conta e nem fecha a conta”, finalizou o jornalista.
