Se durante a temporada acontece a Copa do Nordeste, principal competição regional do país, porquê não realizarem uma envolvendo as outras regiões do Brasil? Foi o que a CBF pensou em 2014, um ano após a volta em definitivo da “Lampions League”, dando o pontapé inicial na Copa Verde.
O Torcedores.com te mostra agora um pouco da história do torneio, que começa nesta terça (25) com o duelo entre Humaitá e Náutico de Roraima.
Brasília e Cuiabá surpreendem os grandes do Pará
Naquela primeira edição, os clubes do norte, do centro-oeste, com exceção de Goiás, e o Espírito Santo participaram da competição, que estava valendo uma vaga na Copa Sul-Americana de 2015. Mesmo com a dupla Re-Pa sendo considerada favorita a conquistar o título, quem fez a festa foi o Brasília, clube de menor expressão do Distrito Federal.
Jogando no Mané Garrincha, que foi construído para a disputa da Copa do Mundo, o Colorado do Cerrado venceu o Papão no tempo normal por 2 a 1, conquistando o título nas penalidades máximas, com 7 a 6, depois de estar em desvantagem de 4 a 2.
Campeão do Campeonato Mato-Grossense em 2014, o Cuiabá vinha em constante crescimento no futebol regional e também em nível nacional. Depois de eliminar o CENE e o Estrela do Norte do Espírito Santo, o Dourado chegou nas semifinais contra o Luverdense, garantindo a vaga na decisão com apenas um gol, feito na partida de ida.
Por outro lado, a equipe teria pela frente o Remo, que deixou o rival Paysandu pelo caminho na disputa de pênaltis. Após um massacre do Leão no Mangueirão, vencendo por 4 a 1 e quase colocando as duas mãos na taça, o Cuiabá conseguiu algo inacreditável.
“O Milagre do Pantanal”, como é chamado pelo torcedor do Dourado, a equipe do Mato Grosso tirou a vantagem do Remo em 41 minutos, com dois gols de Raphael Luz e um contra. Depois do mesmo Raphael marcar o quarto, em cobrança de pênalti, e fazer com que o Cuiabá assumisse a vantagem, o Azulino diminuiu com Val Barreto, ainda deixando com esperanças de pênaltis. Mas a esperança durou apenas 6 minutos, com Nino Guerreiro marcando o quinto e dando o título pro Dourado.
Papão chega em quatro finais seguidas da Copa Verde
Depois de ficar no quase em 2014 e cair para o rival em 2015, o Paysandu começou um domínio na Copa Verde. Após se vingar do rival nas semifinais, o Papão da Curuzu decidiu o título da competição contra o Gama, vencendo por 2 a 0 no Mangueirão, e mesmo perdendo por 2 a 1 no Bezerrão, levou o caneco pela primeira vez para Belém do Pará.
O bicampeonato não foi consecutivo por diversos erros no jogo de ida da final, contra o Luverdense na Arena Pantanal. Ainda que abriu o placar, com Daniel Sobralense, os donos da casa viraram para 3 a 1, levando boa vantagem para a partida de volta.
Bastou três minutos para Leandro Carvalho fazer o Mangueirão ir ao delírio, marcando o primeiro do Paysandu e ficando a um gol do título. No entanto, a penalidade máxima – que tirou o título do Papão em 2014 e a vaga na final em 2015 – novamente se tornou vilão para os paraenses, com Rafael empatando o jogo aos 35 do segundo tempo, dando o título para o Luverdense.
Em 2018, o Paysandu decidiu o título da Copa Verde contra o Atlético Itapemirim do Espírito Santo. Após vencer por 2 a 0 em Cariacica, a equipe paraense conquistou o título em casa, empatando em 1 a 1 no jogo de volta. No entanto, o pesadelo das penalidades voltou em 2019, contra o Cuiabá, perdendo a decisão por 5 a 4 para o Dourado.
Mesmo com pandemia, a Copa não parou, sendo decidida nos pênaltis
Uma incerteza que houve durante a pandemia da Covid-19 era a realização da edição de 2020 da Copa Verde. Após várias conversas entre a CBF e os clubes, foi definido que a competição aconteceria no começo de 2021, quando ainda estava sendo disputada a reta final do Brasileirão.
Em campo, o Brasiliense, que participou desde a fase preliminar, se sagrou campeão do torneio. Depois de deixar o Vitória/ES, Luverdense, Atlético Goianiense e Vila Nova pelo caminho, o Jacaré decidiu o título contra o Remo, que buscava ainda seu primeiro título. O Leão até buscou o resultado no tempo normal, vencendo por 2 a 1, mas na disputa de pênaltis, a festa foi do Brasiliense, que venceu por 5 a 4.
A redenção do Azulino aconteceu no mesmo ano, quando conquistou o troféu tão aguardado. Na estreia, o Remo aplicou uma goleada de 9 a 0 no Galvez, do Acre, mostrando que entrava na Copa Verde querendo o título e sendo um dos favoritos.
Depois de eliminar o Manaus nas quartas de final, o Paysandu seria o adversário por uma vaga na final. A festa ficou no bairro do Marco, com o Leão vencendo por 2 a 0 no jogo de volta, após empate em 2 a 2 na Curuzu. Já na decisão, dois empates sem gols contra o Vila Nova levaram a disputa para os pênaltis, e dessa vez o goleiro Vinícius se tornou herói, pegando duas cobranças e Marlon sendo o autor do gol decisivo.
Dúvida, incerteza e desistência, mas a edição de 2022 vai acontecer
Já chegava o mês de agosto e a dúvida era: vai ter a Copa Verde em 2022? E a CBF decidiu em agosto que seria realizado o torneio, mas com menos datas e encerrando antes da Copa do Mundo. Logo de cara, o Remo e o Manaus desistiram de participar, devido a falta de elenco e pouco tempo para planejamento, além de questões financeiras.
Dias depois, outros quatro clubes também não aceitaram participar da competição: Nova Venécia (ES), Grêmio Anápolis (GO), Ceilândia (DF) e Trem (AP) deixaram de lado a Copa, e o Atlético-GO alegou não ter calendário para participar. No fim, a CBF decidiu não substituir as equipes desistentes, deixando o torneio com 17 clubes e apenas um jogo na fase preliminar.
Na edição desta temporada, as partidas até as semifinais serão em formato de jogo único, com as fases decisivas acontecendo em dois jogos.
Veja os confrontos da Copa Verde 2022
Fase preliminar
Humaitá/AC x Náutico/RR
Oitavas de Final
Paysandu/PA x vencedor de Humaitá e Náutico
Real Ariquemes/RO x Tocantinópolis
São Raimundo/RR x São Raimundo/AM
Rio Branco/AC x Tuna Luso/PA
Cuiabá x Costa Rica/MS
Luverdense/MT x Brasiliense/DF
Goiás x Real Noroeste/ES
Vila Nova x Operário/MT
