A menos de um mês para o início da Copa do Mundo de 2022, jogadores e torcedores de 32 países vivem a expectativa da divulgação da famigerada lista de convocados. Enquanto isso, jornalistas também aguardam a sua convocação própria, a da viagem para o Catar, no caso para a cobertura in loco de uma das maiores competições esportivas do mundo. Quer dizer, pelo menos não aqueles que trabalham para a TNT Sports.
Na última quinta-feira (20), a marca esportiva da Warner Bros. Discovery divulgou os profissionais que farão parte da sua operação no Mundial. O veículo não tem os direitos de transmissão da competição, mas preparou uma toda uma grade de programas para cobrir o evento. Entre os selecionados, o comentarista Vitor Sérgio Rodrigues e a repórter Monique Danello.
Os dois conversaram com exclusividade com o Torcedores.com, detalharam os planos e revelaram as expectativas para a cobertura da Copa do Mundo de 2022. Ainda que em duas entrevistas distintas (que serão publicadas na íntegra ao longo dos próximos dias, na TV Torcedores), os jornalistas da TNT Sports se alinharam em pelo menos três temas: a adaptação no dia a dia, a busca por um olhar diferente e a realização de sonhos.
A adaptação para a cobertura da Copa do Mundo 2022
A parte operacional da cobertura do Mundial do Catar foi talvez onde Vitor Sérgio e Monique mais foram alinhados. Somados, ambos têm mais de três décadas no jornalismo, e incontáveis grandes eventos na bagagem, incluindo outras edições da competição. E fizeram questão de trazer a experiência para a conversa.
Questionados sobre o dia a dia e os desafios da cobertura da Copa do Mundo, ambos bateram na tecla da adaptação. “É preciso tomar decisões rápidas, ser rápido para mudar de plano”, explicou o VSR, que deve atuar mais como comentarista. “Tem gente que fala que gosta de trabalhar com tudo muito certinho. Em cobertura desse tipo isso não funciona, porque toda hora você tá mudando”, completou.
Monique, que vai para o Mundial do Catar pensando mais na reportagem, também entende a versatilidade como uma das virtudes básicas para uma boa cobertura em eventos de grande porte. “Às vezes a Copa começa, e a gente tem a intenção de seguir por uma linha. Só que acontece alguma coisa e a gente tem que seguir por outra. Porque a gente tem que ficar atento a tudo o que está acontecendo. E agora é um momento que as redes são muito diferentes”.
A versatilidade, aliás, vai além da parte editorial, como revela Vitor Sérgio. “Você vai ter que fazer tudo. Você vai ter que carregar coisa, outra hora ajudar na edição, na outra funcionar como repórter, em outra segurar a câmera para o seu companheiro gravar. Você meio que faz tudo”.
Outro ponto que tange a adaptação é a questão da cultura do local da Copa do Mundo, reconhecidamente bastante diferente do Brasil. E algo que igualmente pauta a preparação de ambos os jornalistas. “O Catar, especialmente, a gente precisa conhecer mais do que as curiosidades, que é entender sobre a cultura, sobre as leis”, detalhou a Monique, por exemplo.
A busca por um olhar atento na cobertura da TNT Sports
Ainda que sejam grandes as preocupações operacionais de profissionais bastante experimentados, ambos reconhecem a necessidade de despender energia na busca de boas pautas. Isso tanto pela realidade da cobertura sem direitos de transmissão, quanto pelo “DNA” da empresa, como definiu a Monique.
“A gente precisa ficar o tempo inteiro se estimulando para buscar coisas diferentes, um olhar diferente, que faz muito parte do nosso “DNA de cobertura”, comentou a jornalista, que complementou pensando em como essa visão complementa um outro objetivo da TNT Sports na Copa do Mundo.
“A gente sempre tem um olhar de tentar trazer para o torcedor algo de diferente, fazer com o que o torcedor possa se sentir parte, que ele possa participar junto com a gente, se sentir ali dentro”, explicou a repórter.
A conexão com o espectador, e talvez principalmente com o torcedor, também habita os objetivos de Vitor Sérgio para o Mundial. “O que queremos é se conectar com o torcedor brasileiro. Que, com os direitos ou não, o torcedor saber que a gente vai ter um conteúdo que conecta com o que acontece com ele”, complementou.
VSR, aliás, pensa na questão do “olhar diferente” de uma maneira mais objetiva, focando mais na qualidade do trabalho e nos resultados, pelo menos em comparação à situação da cobertura sem direitos de transmissão. “Isso é uma mística que as pessoas criam, que só é possível fazer uma boa cobertura se você tiver os direitos de transmissão”, ele ressaltou. “É só você pegar a TNT Sports/Esporte Interativo, desde a Copa do Mundo de 2014, por exemplo. Ela tem os melhores resultados nas métricas de mídias sociais, melhores que as organizações Globo, que detém os direitos de transmissão”, finalizou..
O sonho de cobrir uma Copa do Mundo
Por fim, não há como separar a questão pessoal dos relatos de Vitor Sérgio e Monique. Ainda que sempre exaltando o trabalho coletivo de uma grande cobertura, ambos sabem de realização pessoal e profissional que é estar numa Copa do Mundo. Mesmo que não seja jogando.
“Eu tô encarando esse chamado (para a cobertura in loco) como se fosse uma convocação. Dentro da “seleção” que tem a TNT Sports, você ser escolhido para ir para a Copa é como ser um convocado, também”, brincou o VSR, antes de trazer um pouco mais de sentimento para a conversa.
O jornalista, afinal, fará pela primeira vez em mais de duas décadas de carreira o trabalho “presencial” numa Copa. Fato que ele encarou de maneira bastante positiva. “Sempre tem a expectativa e o sonho de fazer uma Copa do Mundo, para ter essa experiência, depois de tantas coberturas, né”.
Monique, por sua vez, vai para sua quarta edição de Mundial, a terceira entre aquelas disputadas entre homens. E mesmo assim mantém uma reação humilde. “A gente que trabalha com esporte, a Copa do Mundo é o auge, o grande momento. Todo mundo trabalha quatro anos pensando nesse objetivo. Eu sempre comparo com os jogadores”, ela revelou.
“É um sonho muito grande, de todo mundo que um dia decide seguir nessa profissão, tem esse sonho, tem essa vontade de estar em grandes eventos como esse”, completou a repórter, que neste momento está no Equador para a final da Copa Libertadores, decidida entre Flamengo e Athletico Paranaense.
Com seus sonhos, preocupações, planejamentos e expectativas na bagagem, a dupla deve viajar para o Catar, juntamente com o restante dos “convocados” da TNT Sports, nas semanas mais próximas da estreia da competição da FIFA.

