Mano Menezes fala da crise financeira do Cruzeiro: “Não tinha dinheiro para pagar a comida”

Bicampeão da Copa do Brasil com o Cruzeiro em 2017 e 2018, Mano Menezes comentou sobre a crise pela qual a Raposa começava a passar, quando ainda estava no clube. Em entrevista para o canal de Duda Garbi no YouTube no quadro Um Assado para…, o técnico atualmente no Internacional confirmou que já observava uma situação dramática no clube celeste, mesmo com os dois títulos consecutivos da Copa do Brasil.

Nesse sentido, Mano relatou atrasos de salários por parte o Cruzeiro já na época da última conquista, em 2018. “A gente começa a ver que as coisas estão fora do padrão. Eu sempre fui um técnico muito preocupado com essas questões assim do clube poder honrar os compromissos com o grupo de jogadores. E as coisas já haviam atrasando no ano anterior. Já fomos campeões da Copa do Brasil com dois meses de salário atrasado, cinco de imagem. Coisas que tu vai vendo que não tá andando bem”, esclareceu Mano Menezes.

“Não via preocupação em resolver os problemas”, disse Mano sobre o Cruzeiro

Dessa forma, o técnico observou que os dirigentes do Cruzeiro não se interessavam pela gravidade da questão financeira, com a bola de neve aumentando. “Então, nessa hora o clube tem que começar a resolver os problemas. E eu não via a preocupação de resolver os problemas. Eu sempre via aumentando os problemas, e isso nunca termina bem. Mas isso não é uma coisa dos dois últimos anos. É uma coisa que vem se arrastando desde o bicampeonato brasileiro do Cruzeiro. As dívidas já vinham desde lá e sempre vinham sendo empurradas e uma hora estoura”, avaliou o treinador.

Nesse sentido, Mano Menezes opinou que os dois títulos da Copa do Brasil de 2017 e 2018 mascararam a situação. “Mas não tinha dinheiro para pagar a comida. É uma irresponsabilidade que quem dirige tem que ter essa noção de que as coisas não estão indo para o rumo certo”, declarou.

Por fim, o técnico do Internacional falou sobre a ação trabalhista que move contra o Cruzeiro, junto com uma centena de credores. “Hoje eu tenho, eu e mais de 100 pessoas, questões trabalhistas do Cruzeiro para receber. E não temos quase nenhuma perspectiva. Quem sabe com a chegada a SAF, vai mais um pouquinho para frente e a recuperação judicial que a Justiça concede e aí uma coisa que é sua, que você trabalhou, que é um direito seu, passa a ser paga em seis anos, mais quatro de carência, 10 anos para você receber uma coisa que é sagrada”, finalizou Mano Menezes, que deixou o Cabuloso em 2019.