Endrick finalmente estreou pelo Palmeiras no Brasileirão Série A, sob o comando do técnico Abel Ferreira. Com apenas 16 anos, o atacante que é uma “joia” da base, especulado em diversos clubes do mundo inteiro, pode ter participação direta no possível título do Verdão na competição. E uma antiga “Cria da Academia” chegou a analisar o jovem em campo.
Léo Paulista entrou no Palmeiras quando tinha somente 13 anos e teve um rápido holofote em cima de seus futebol. Isso porque, aos 15 anos, o jogador já estava na equipe principal de Luiz Felipe Scolari, realizando treinos. E junto ao elenco que chegou a ser campeão da Libertadores de 1999, sendo integrado ao time no ano seguinte.
Na época, o “Alexinho” era meio-campista e chamava atenção pela habilidade. E o ex-jogador do Palmeiras chegou à falar sobre a experiência que teve com o antigo elenco.
“Estava de férias do time juvenil quando recebi uma ligação para me apresentar junto com os atletas no Parque Antártica. Achei que era só para completar, mas o Murtosa (auxiliar de Felipão) falou: ‘Você chega amanhã às 9h no CT porque vai seguir a rotina de treinos'”, afirmou o ex-jogador do Palmeiras em entrevista ao portal ESPN.
Em maio de 2000, Léo Paulista se tornou o jogador mais jovem do Palmeiras a estrear, com 16 anos, 8 meses e 17 dias. A partida foi contra o Rio Branco, no Paulistão, em empate por 1 a 1 no Palestra Itália. Mas o recorde do atleta foi quebrado, posteriormente, pelo atacante Vinicius e, agora, por Endrick.
“A galera brincava que eu tinha deixado o Alex no banco, mas ele foi poupado pelo Felipão porque tinha a Libertadores. Ele entrou no segundo tempo na minha vaga. Eu dei um elástico, e o Alex falou no banco: ‘Esse moleque é foda’. No jogo seguinte, fui titular em um clássico do Palmeiras contra o Corinthians em pleno Morumbi. Nem esperava jogar naquele dia”, disse o ex-jogador à ESPN. “O Palmeiras era uma seleção, era muito difícil ter uma vaga. Era muito complicado usar garotos da base na minha época, só o Felipão teve mesmo peito para fazer isso porque era cascudo. Imagina um moleque de 16 anos ser titular?”, completou.
Léo Paulista ainda falou sobre os atuais salários dos jogadores. Na época, a joia do Palmeiras recebia 590 reais por mês, muito diferente dos valores milionários especulados por Endrick, para uma possível saída aos principais clubes da Europa.
“Na minha época não existia rede social ou internet, era só no jornal, rádio ou televisão. Eu ganhava R$ 590 por mês no Palmeiras, não tinha carro e lembro que pegava o trem e mais duas conduções para ir treinar. Para você chegar nesse patamar do Endrick era impossível. Hoje em dia mudou bastante. Estar no meio de jogadores de seleção e de Copa do Mundo não era simples. Se a gente errasse um passe ou alguma coisa, a torcida vaiava”, afirmou.
O ex-jogador do Palmeiras, que não teve grande sequência após sair do clube, disse que Endrick terá algumas dificuldades na carreira, mas que estas serão mais “pessoais e psicológicas”.
“Acho que as maiores dificuldades que ele vai enfrentar serão pessoais e psicológicas. Não pode deixar subir para a cabeça e achar que é melhor do que é. Quando a gente é jovem costuma ter pressa e querer queimar etapas. Se ele souber respeitar os processos vai dar certo. Precisa ser algo natural, pois está em um clube grande como o Palmeiras, com um elenco muito qualificado e um ótimo treinador”, disse Léo Paulista em entrevista exclusiva à ESPN.
A ex-joia do Palmeiras ainda falou sobre a humildade e talendo de Endrick, que “lembra muito o Vagner Love quando apareceu”.
“Vejo que é um menino humilde e já era conhecido no Brasil antes mesmo de estrear. Tem um talento incrível e lembra muito o Vagner Love quando apareceu: finaliza forte e muito bem. Ele tem tudo que precisa para jogar no Palmeiras: força, personalidade e só quer saber de jogar bola”, disse à ESPN.
