Home Futebol Conheça o Patronato, rebaixado no Campeonato Argentino e que estará na Libertadores

Conheça o Patronato, rebaixado no Campeonato Argentino e que estará na Libertadores

Equipe centenária do interior do país conquistou o título da Copa da Argentina, derrotando o Talleres na grande decisão do torneio

Christopher Henrique
Estudante de jornalismo pela Universidade Nove de Julho, com passagem pelo SPFC24Horas. Amante do Futebol Nordestino e do interior, visito sempre alguns estádios e sou fotógrafo na várzea.

Você já deve ter ouvido falar da frase “O futebol é uma caixinha de surpresas”, não é mesmo? E quando um clube é rebaixado no campeonato nacional e ainda conquista uma vaga histórica na Copa Libertadores da América, principal torneio do continente? É o caso do Patronato, e o Torcedores te conta um pouco da história do “El Patrón”, campeão da Copa da Argentina.

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História centenária, mas sem muito sucesso

O Clube Atlético Patronato de la Juventud Católica foi fundado em 1914 pelo Padre Bartolomé Grella, que tinha uma ideia de trazer as pessoas para catequese com o futebol, na pequena cidade de Paraná, que é também a capital do estado de Entre Ríos, localizado a 480 km de Buenos Aires.

Em quase meio século de história, o Patronato disputou apenas competições da região, sem estar filiado à Federação Argentina de Futebol, o que aconteceu nos anos 70. Mas a relevância e as competições maiores só começaram a aparecer para o Rojinegro a partir de 2000, além do estádio municipal da cidade passar a ter o nome do Padre Bartolomé, fundador do clube.

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Entre 2007 e 2010, a equipe de Paraná venceu os Campeonatos Argentinos da 3ª e 4ª divisão, ficando próximo da elite nacional, algo que aconteceu em 2015, quando derrotou o Santamarina de Tondil para chegar na primeira divisão do torneio.

Rojinegro sempre esteve no meio da tabela, mas foi rebaixado

Desde 2016 na primeira divisão da Argentina, o Patronato sempre teve campanhas medianas durante o torneio, não conseguindo chegar próximo de alguma competição continental. No entanto, de 2020 para frente o Rojinegro viveu sua pior fase no Campeonato Argentino, já que no Promédio, o clube esteve na zona de rebaixamento e assim, caindo de divisão na temporada 2022.

Para quem não sabe, o Promédio é a soma das campanhas nos torneios da temporada vigente, além das duas últimas edições que o clube disputou a primeira divisão. Além disso, a pontuação final é dividida pelo número de jogos nas três temporadas, que resulta na média.

Por causa da pandemia da Covid-19, o Patronato escapou de cair em 2020 e 2021, mas teria que ter um desempenho de campeão se quisesse permanecer na Primeira A, algo que não aconteceu. Com 1049 pontos no promédio, a equipe ficou 50 pontos atrás do Arsenal de Sarandí, terminando o campeonato de 2022 na 17º posição, com 50 pontos, e caindo para a Série B.

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O estádio

Estádio Presbítero Bartolomé Grella, em Paraná (ARG). Foto: DIvulgação/Copa Argentina

Com capacidade para 22 mil pessoas, o Estádio Presbítero Bartolomé Grella recebeu na última temporada uma das grandes partidas da história centenária do Rojinegro, contra o Boca Juniors. Pelo Campeonato Argentino, os donos da casa não tiveram piedade do adversário, aproveitando o apagão do Boca para vencer por 3 a 0, com gols de Axel Rodríguez, Alexander Sosa e Jonas Acevedo.

A campanha histórica e o título da Copa da Argentina

Sendo a última esperança de algo positivo na temporada, o Patronato conseguiu fazer história na Copa da Argentina. Após eliminar na primeira fase o Deportivo Morón, o Rojinegro, hoje comandado pelo treinador e ex-jogador Facundo Sava venceu o Colón na disputa por pênaltis, depois de empate em 1 a 1 no tempo normal.

Em Resistencia, no estado de Chaco, o Patronato enfrentou o Gimnasia de La Plata nas oitavas de final, e o homem do jogo foi Estigarribia, que marcou os dois gols do clube rubro-negro e garantiu a vitória por 2 a 1, que levaria pela primeira vez na história o clube para as quartas de final da competição, mas tendo o River Plate pela frente.

Mesmo com o River Plate saindo na frente aos 10 minutos, com golaço de Zuculini, o “”El Patrón” conseguiu buscar o empate ainda no primeiro tempo, com Estigarribia, que aproveitou o erro de marcação para igualar o placar. Na volta do intervalo, Jonathan Herrera virou o jogo para o Patronato, mas Quintero empatou cinco minutos depois com gol olímpico. Nos pênaltis, a estrela de Altamirano brilhou, e a vitória do Rojinegro veio com Chamorro convertendo a última cobrança.

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Nas semifinais, o mesmo roteiro quase foi utilizado contra o Boca Juniors. Depois de sair na frente, Sebastian Villa empatou o jogo no segundo tempo, e levou a disputa para as penalidades, onde o mesmo atacante do Boca errou a cobrança que garantiu o Patronato na decisão, diante do Talleres.

A decisão, que aconteceu no último domingo (30), teve o Talleres melhor em campo, mas uma substituição de Facundo Sava foi decisiva para a história ser feita. Ainda no primeiro tempo, Sava colocou Tiago Banega no lugar de Franco Leys, e o camisa 6 chutou de carrinho a bola, que desviou em Benavidez e encobriu o goleiro Aguerre para marcar o único gol da decisão.

Quem ficar de olho no Patronato

Uma das principais peças e mais importantes do elenco é o atacante argentino Marcelo Estigarribia. Com 27 anos, o veterano iniciou a carreira no DEPRO, jogando em Honduras e depois de voltar ao seu país, atuou por San Martín de Tucúman, Belgrano e chegou ao Patronato.

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Na temporada 2022, Estigarribia teve 21 partidas com a camisa rubro-negra, marcando 7 gols e dando uma assistência.