Depois de ter vivido o maior fiasco de sua história na Copa de 2018, quando foi eliminada da fase de grupos com duas derrotas e uma vitória, a Alemanha chegará na Copa do Mundo de 2022 em uma fase de renascença e transição.
Para o Mundial do Catar, a seleção parece ainda não estar vivendo o seu potencial ao máximo e traduzindo tudo o que pode fazer em resultados e boas atuações, mas vem mais preparada e com diferenças em relação à Alemanha que decepcionou sua torcida na Rússia.
1 – Os estreantes da Alemanha
O elenco levado para a Rússia em 2018 continha muitos jogadores campeões de 2014 e nomes já veteranos, como Manuel Neuer, Sami Khedira, Toni Kroos, Jerôme Boateng e os então criticados Mesut Özil e Mario Gomez.
Para 2022, o time alemão chegará com 13 nomes de primeira viagem e um veterano que não atuou no último mundial – mais da metade dos 26 convocados. Eles são, David Raum, Thilo Kehrer, Lukas Klostermann, Christian Günter, Nico Schlotterbeck, Armel Bella-Kotchap, Kai Havertz, Niclas Füllkrug, Serge Gnabry, Mario Götze, Jamal Musiala, Jonas Hofmann, Leroy Sané, Karim Adeyemi e Youssoufa Moukoko.
2 – Foco no futuro
Em relação ao elenco que disputou a Copa do Mundo de 2018, a seleção alemã chega cheia de novos nomes e com muito potencial. Se a convocação para a Copa da Rússia foi criticada por omitir nomes de jovens valores como Leroy Sané, Hansi Flick compensou o fato e recheou seu elenco de juventude.
Se em 2018 a Alemanha contava com Khedira, Kroos, Özil, Boateng, Rudy e Hector, em 2022 o time irá com Bella-Kotchap (20 anos), Havertz (23 anos), Musiala (19 anos), Adeyemi (20 anos) e Moukoko, que fará 18 anos no dia da abertura da Copa do Mundo.
3 – Novos atacantes
Quando ainda faltavam algumas semanas para a convocação, os nomes que comporiam o ataque ainda estavam indefinidos, com Hansi Flick sendo mostrado frequentemente nas arquibancadas das partidas do Werder Bremen para acompanhar Niclas Füllkrug, um dos principais atacantes da Bundesliga.
O maior cotado para o ataque era Timo Werner, que já havia jogado a Copa de 2018 junto com Mario Gomez, mas não se sabia ao certo quem seria seu companheiro. Porém, uma lesão o tirou do Mundial do Catar, e forçou Flick a convocar uma dupla de ataque nova e que nunca havia disputado uma partida pela seleção alemã: Niclas Füllkrug e Youssoufa Moukoko.
4 – Novo técnico
A principal mudança na seleção alemã entre as Copas do Mundo de 2018 e 2022 foi, sem dúvidas, o técnico. Muito criticado pelo desempenho da Mannschaft em 2018, Joachim Löw ainda foi mantido no cargo por mais dois anos e esteve à frente dos alemães durante a também fraca campanha na Euro 2020, mas para a Copa do Catar, o treinador que estará no banco será Hansi Flick.
Flick foi auxiliar de Joachim Löw e esteve presente no Brasil na campanha do tetra alemão em 2014. Posteriormente, ele assumiu o Bayern de Munique e ganhou todos os títulos possíveis pelo clube, se tornando assim o principal cotado para substituir Löw na Alemanha. Dito e feito. Hansi Flick assumiu a seleção em 2021 e desde então, coordenou seu time em 15 partidas (9V, 5E, 1D) e chega na Copa com uma campanha de 27 pontos em 30 nas eliminatórias.
5 – Favoritismo
Por ter sido campeã em 2014 e por contar com um time que continha praticamente a mesma base, a seleção da Alemanha desembarcou na Rússia como uma das principais favoritas para ganhar o título do Mundial. O fato de terem alcançado as semifinais da Euro 2016 e de terem feito uma campanha perfeita nas eliminatórias também contribuíram para um favoritismo que foi ruindo aos poucos após uma derrota por 2 a 1 contra a Áustria e um empate por 1 a 1 contra a Arábia Saudita em amistosos antes da Copa. As atuações preocupantes contra México e Suécia e a derrota para a Coreia do Sul que resultou na eliminação prematura solidificaram que as ideias de Löw estavam ultrapassadas e que o status de favorita havia sido atribuído em vão.
Para 2022, o time chega como potencial surpresa, mas não é considerado como favorito. Apesar de ter feito uma boa campanha nas eliminatórias (27 pontos em 30), o time deixou muito a desejar na UEFA Nations League e das seis partidas disputadas, empatou quatro (3-3 e 1-1 conta Inglaterra e 1-1 contra Hungria e Itália). Por conta do desempenho, nem mesmo o zagueiro Antonio Rüdiger considera a seleção germânica como favorita, conforme ele disse em entrevista ao jornal espanhol AS:
“Nunca podemos desconsiderar a Alemanha como uma potencial vencedora, mas baseado no que fizemos nos últimos meses, será uma surpresa se ganharmos”.
Alemanha na Copa
A Alemanha está no Grupo E da Copa do Mundo, juntamente com Espanha, Japão e Costa Rica e fará a sua estreia contra o Japão no dia 23/11 às 10h. Posteriormente, os alemães pegam a Espanha em 27/11 e a Costa Rica em 01/12.

