Home Futebol Da falta de perspectiva à esperança: o que mudou no Internacional entre 2021 e 2022

Da falta de perspectiva à esperança: o que mudou no Internacional entre 2021 e 2022

Colorado não conseguiu no ano passado a classificação para a Libertadores, mas obteve a vaga direta na fase de grupos com o vice

Marco Maciel
Marco Maciel é jornalista que atua cobrindo futebol brasileiro, com ênfase para o futebol gaúcho com Internacional e Grêmio e para a mídia esportiva. Graduado em jornalismo pela pela PUC-RS, em 2007, está no Torcedores.com desde 2022; passou pela redação e assessoria de imprensa da ALAP (Associação Latino-Americana de Publicidade); edita o site SAMBARIO, voltado para sambas-enredo, desde 2004; e escreveu para o portal de automobilismo Nas Pistas em 2023 e 2024.

Logo após o título brasileiro que encerraria um tabu de 41 anos escapar por um impedimento de centímetros de Edenilson, o Internacional se desnorteou. Mesmo que Abel Braga quase tenha levado o Colorado à conquista, o experiente técnico foi substituído pelo espanhol Miguel Ángel Ramírez em março de 2021. Assim, muitos acreditam que um grande erro tenha sido cometido. Afinal, foi interrompida a boa sequência de Abelão na reta final do Brasileirão Série A 2020 para a aposta no novato campeão da Copa Sul-Americana pelo Independiente Del Valle.

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Mas como a passagem do técnico europeu pelo Beira-Rio duraria apenas três meses, o Internacional foi perdendo o rumo no ano passado. Então, quando o uruguaio Diego Aguirre voltou ao Colorado onde esteve em 2015, a equipe amargava um declínio técnico. Anteriormente, o time já havia caído para o Vitória na Copa do Brasil diante de sua própria torcida, que veria um outro tombo cruel dias depois. Logo após Edenilson desperdiçar um pênalti no tempo normal, o Colorado cairia para o Olimpia nos pênaltis, pelas oitavas-de-final da Libertadores. Aliás, o mesmo time paraguaio havia sofrido 6 a 1 no Beira-Rio na fase de grupos.

Internacional perdeu seis dos últimos oito jogos no ano passado

Apenas com o Brasileirão Série A sobrando em 2021, excetuando a goleada de 4 a 0 em pleno Maracanã diante do Flamengo, o Internacional não empolgava na competição. Assim, a campanha terrível do Grêmio que levaria o rival ao rebaixamento passou a despertar mais atenção nos colorados. Tanto que a última boa atuação da equipe na temporada passada foi o Grenal no Beira-Rio. Dessa forma, o gol de cabeça de Taison que sacramentou a vitória por 1 a 0 no clássico foi determinante para a queda do Tricolor Gaúcho.

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Mas de lá para cá, nos oito jogos restantes daquela edição do Brasileirão Série A, o Internacional perderia interesse na competição. Além disso, a imprensa uruguaia sondou Diego Aguirre na seleção do país, o que teria desconcentrado o técnico e, consequentemente, a performance do time. Tanto que nas oito rodadas finais, o Colorado perderia seis partidas, com apenas uma vitória, mais um empate. Ou seja, se o Internacional tivesse perdido o Grenal, ele é que seria rebaixado, ao invés do Grêmio.

Então, na virada de 2021 para 2022, o Internacional procurou um novo técnico. Logo após quase acertar com o português Paulo Sousa, que iria para o Flamengo, o Colorado apostou no uruguaio Alexander Medina, o Cacique. Entretanto, o desempenho da equipe no começo da temporada não convencia. Aliás, a vexatória desclassificação para o inexpressivo Globo-RN na estreia da Copa do Brasil, mais a queda para o Grêmio que jogaria o Brasileirão Série B em pleno Beira-Rio no Campeonato Gaúcho, abreviariam a passagem de Cacique Medina por Porto Alegre.

Mano Menezes daria resposta inversa a Ramírez, Aguirre e Medina

Diante de mais uma malsucedida experiência de um técnico estrangeiro no Internacional, o presidente Alessandro Barcellos decidiu por uma solução doméstica. Assim, Mano Menezes assumiu a casamata colorada em abril. Dessa forma, o treinador gaúcho foi devolvendo a autoestima ao torcedor colorado, com atuações seguras e consistentes. Tanto que o Colorado venceu 18 dos 19 adversários do Brasileirão Série A 2022. Apenas o Corinthians não foi derrotado.

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Além disso, os reforços trazidos pelo Internacional para a temporada, como Bustos, Vitão, Renê, Gabriel, De Pena, Alan Patrick, Pedro Henrique, Wanderson e Alemão, agregaram muita qualidade. Em contrapartida, deixaram o clube medalhões como Marcelo Lomba, Victor Cuesta, Rodrigo Dourado, Rodrigo Lindoso, Patrick e Moisés, além dos jovens Yuri Alberto, Bruno Méndez e Heitor, mais a aposentadoria de D’Alessandro. Ou seja, a cara do time foi muito modificada de um ano para o outro.

Mesmo que 2022 não tenha proporcionado uma taça para o Internacional, em virtude do tropeço para o Melgar na Copa Sul-Americana e a grande campanha do Palmeiras no Brasileirão Série A, o ano que vem traz perspectivas positivas. Afinal, a equipe já tem uma base praticamente pronta para 2023, precisando somente de reforços pontuais. E voltará a disputar a Libertadores, da qual esteve ausente nesta temporada, já com a vaga assegurada na fase de grupos através do vice-campeonato brasileiro.

Contudo, o que o Colorado necessita é segurar peças vitais, que já são assediadas por outros clubes, como Keiller, De Pena e Pedro Henrique, além de tentar adquirir Vitão junto ao Shakhtar Donetsk, cujo contrato terminará em junho. Por fim, a informação divulgada por Caio Ribeiro ontem (15) de que Mano Menezes será o sucessor de Tite na seleção brasileira também ligou o sinal de alerta no Beira-Rio.

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