Manifestantes a favor de Bolsonaro “abrem mão” de camisa da seleção brasileira; entenda

O Brasil acabou de sair de um momento de muita polarização com a realização das eleições para a presidência da República, mas as polêmicas estão longe de acabar. O ponto principal agora e a utilização ou não das camisas da seleção durante a Copa do Mundo.

Segundo reportagem veiculada no portal UOL, muitas das pessoas que ocupam e bloqueiam algumas rodovias no Brasil não querem usar a camisa com o símbolo da CBF devido a uma suposta “tendência de esquerda” do técnico Tite.

Para o advogado Levi de Andrade, que defende um dos organizadores do bloqueio na rodovia BR-277, na entrada de Paranaguá, no Paraná, esse tipo de pensamento do técnico afasta os torcedores conservadores.

“A outra situação é que o pessoal conservador tem uma bronca com o Tite, que defende abertamente a esquerda e o petismo, e esteve em Cuba, onde fez uma referência ao túmulo do Fidel Castro”, explicou.

A própria publicação explica que não existe nenhuma menção de elogio para Cuba ou Fidel Castro registrada e que, assim que se faz uma pesquisa no Google, essa suposição do advogado é desmentida.

A perseguição a Tite começou em 2021, quando o volante Casemiro afirmou que não era correto fazer uma Copa América no Brasil em meio a pandemia de Covid-19.

Além disso, foi resgatada uma foto do treinador com o presidente eleito Lula, porém ela foi tirada após conquista da Libertadores de 2012, quando Tite era técnico do Corinthians e a presidente era Dilma Roussef.

Mensagens pregam luta

Em mensagens obtidas pela reportagem do UOL, muitos dos manifestantes golpistas pregam que não é hora de focar nos jogos da Copa do Mundo, e sim manter as atenções no protesto. Para essas pessoas, é momento de luto e luta e não de usar a camisa da seleção.

“Usar roupas escuras e bandeira do Brasil. Nada de usar símbolo da CBF, não estamos comemorando! Estamos protestando! No país do futebol, nossa batalha ganha de 10 a 0. Estamos em luto, e em luta. Usem preto”, explica uma das mensagens repassadas por WhatsApp.

Como é de praxe nesse tipo de ação antidemocrática, a imprensa também foi alvo das mensagens e pede para trocar a camisa da seleção por brancas ou camufladas. “para a mídia não mentir dizendo que somos torcedores da Copa”, afirma.

Camisas da seleção já foram símbolo de manifestações

A camisa da seleção brasileira já esteve envolvida como símbolo das manifestações que tomaram conta do país a partir de 2015. Nesse ano, milhares de pessoas foram às ruas pedir o impeachment de Dilma em diversas capitais do país.

Essa associação causou um descolamento do uniforme canarinho com grande parte da população que era contra esse uso, fato que ficou marcante até os resultados eleitorais do fim de outubro.

Agora, com essa movimentação e a aproximação da estreia do Brasil no mundial, a camisa da seleção pode voltar a ter o significado de união que foi marcante por muito tempo durante as Copa do Mundo.