Visando a vitória para iniciar bem o ano e quebrar a sequência de empates em 0 a 0 registrados nas estreias das últimas duas edições do Campeonato Paulista, o Corinthians entrará em campo neste domingo (15) para enfrentar o Red Bull Bragantino, às 16h. A partida será realizada no estádio Nabib Abi Chedid, em Bragança Paulista.
Maior vencedor com 30 títulos, o “campeão dos campeões” faturou as edições de 2001, 2003, 2009, 2013, 2017, 2018 e 2019 e buscará o oitavo troféu do estadual no século.
Para retomar o caminho das conquistas, a principal aposta da diretoria está na manutenção do elenco. O clube pouco investiu em contratações, trazendo duas peças até o momento.
Angel Romero, velho conhecido da Fiel e segundo maior artilheiro da Neo Química Arena com 27 gols, está de volta após passagem anterior entre 2014 e 2019.
Já Matheus Bidu, lateral-esquerdo ex-Cruzeiro, fará sua primeira temporada pelo time de Parque São jorge .
As permanências do atacante Yuri Alberto e do meio-campista Maycon são tratadas com suma importância para o funcionamento da engrenagem da equipe, que terá o novato Fernando Lázaro como comandante.
Funcionário do clube de 1999 a 2016, Lázaro retornou em 2021 como analista de desempenho da comissão técnica de Vagner Mancini, depois tornou-se auxiliar de Sylvinho e retornou ao cargo de analista na época de Vítor Pereira. Após as demissões de Mancini, em 2021, e de Sylvinho sete meses depois, ele guiou o plantel de forma interina à seis vitórias e um empate em sete jogos. Agora efetivado, fará seu debute oficial como treinador neste pontapé inicial de temporada corintiana.
Números em estreias de 2001 a 2022
A última vez em que o Corinthians perdeu numa abertura de Paulistão foi no ano de 2018. Apesar do revés, o clube se recuperou ao longo do certame e conquistou seu 29º caneco.
Ao todo, o Timão soma 11 triunfos, oito empates e três derrotas em 22 jogos de estreias entre 2001 e 2022. Seu aproveitamento é de 62,1%.
Comparado aos três principais rivais neste mesmo período, detém a maior quantidade de empates, o segundo menor número de vitórias e o segundo maior número em derrotas, ficando à frente apenas do São Paulo nestes dois últimos quesitos.
Foram 36 gols marcados, média de 1,63 por partida, e 19 tentos sofridos, o que rende a aproximadamente 0,83 por jogo.
A maior goleada foi aplicada recentemente, em 2020. Os 4 a 1 sobre o Botafogo de Ribeirão Preto foram construídos através do hat-trick do centroavante argentino Mauro Boselli e por um gol de pênalti do atualmente questionado Luan.
O empate que valeu como derrota
Corinthians e Rio Branco debutaram no Paulistão de 2001 em um jogo movimentado, com o marcador indicando 3 a 3 ao fim dos 90 minutos. Cada um, portanto, somou um ponto. Entretanto, a partida não terminou exatamente no apito final do árbitro… isso porque o regulamento daquele ano previa algo totalmente fora do convencional: a disputa de pênaltis para toda a fase classificatória.
Ou seja, no final das contas (literalmente) não havia propriamente um resultado de empate.
Em caso de igualdade sem gols, o time vencedor dos tiros livres diretos somava um ponto, enquanto o perdedor deixava o campo zerado. O resultado com gols garantia um ponto para cada lado, sendo que o vitorioso nas cobranças ganharia mais um de bônus.
Aproveitando-se daquela inusitada fórmula, o time de Americana venceu o Corinthians por 2 a 1 e largou bem no campeonato, conquistando dois pontos.
A estreia curiosa já na semifinal do estadual
Em 2002, o Paulistão foi dividido em dois campeonatos para não sobrecarregar os quatro grandes do estado, que possuíam compromissos pela Copa do Brasil, Libertadores e também pelo Torneio Rio-São Paulo, extinto justamente naquele ano.
Sendo assim, a Federação Paulista realizou o formato tradicional mesmo sem o quarteto e decidiu que o campeão se juntaria aos três times de melhor performance no interestadual para a disputa do inédito “Supercampeonato Paulista”.
Corinthians, São Paulo e Palmeiras se destacaram e preencheram as vagas para a competição. Ou seja, a estreia do ‘trio de ferro’ ocorreu já nas semifinais.
Recém-campeão da Copa do Brasil e do Torneio Rio-São Paulo nos dias 12 e 15 de maio, respectivamente, o Corinthians entrou de ressaca e perdeu o duelo de ida para o Ituano no dia 19. Três dias depois, a vitória pelo placar de 3 a 2 na volta não foi o suficiente para classificar os corintianos rumo à terceira conquista consecutiva daquela temporada.
Chicão, o zagueiro artilheiro e dono de uma façanha única entre os jogadores alvinegros
Um dos grandes ídolos da história alvinegra, Chicão caiu nos braços da Fiel por entregar muita raça em campo. Além de tal característica, possuía bom posicionamento e muita técnica para iniciar as jogadas a partir do campo de defesa e também para as cobranças de bolas paradas.
O zagueiro balançou as redes 42 vezes em 247 partidas entre 2008 e 2013, o que o torna o segundo defensor com o maior número de gols pelo clube. Somente Pedro Grané, que atuou entre as décadas de 1920 e 1930, supera sua marca, pois obtém 49 tentos.
Em 2009, Chicão tornou-se o único jogador corintiano deste século a marcar gols tanto pela estreia quanto pela final de uma mesma edição do Paulistão.
A equipe iniciava sua trajetória no certame perdendo por 2 a 0 para o Grêmio Prudente. Até que o zagueiro, aos 37, descontou de pênalti. O empate definitivo veio aos 43, com gol de cabeça de Jorge Henrique. A igualdade foi importante para o time conquistar futuramente o título invicto daquela temporada, quando somou 13 vitórias e dez empates em 23 partidas.
Já pela decisão, em uma perfeita cobrança de falta, Chicão abriu o placar diante do Santos. Ronaldo anotou mais dois gols (sendo um deles a fenomenal cobertura sobre o goleiro Fábio Costa) e assim o Corinthians encaminhou o título ao levar a melhor sobre o rival por 3 a 1 no jogo de ida, em plena Vila Belmiro. Na volta, empate por 1 a 1 e festa corintiana no Pacaembu.
Confira todos os jogos de estreia do Corinthians neste século
2001 – Corinthians 3 x 3 Rio Branco de Americana*
2002 – Ituano 2 x 0 Corinthians**
2003 – Marília 0 x 2 Corinthians
2004 – Atlético Sorocaba 2 x 2 Corinthians
2005 – Corinthians 1 x 2 Mogi-Mirim
2006 – Noroeste 0 x 1 Corinthians
2007 – Corinthians 3 x 1 Ponte Preta
2008 – Corinthians 3 x 0 Guarani
2009 – Corinthians 2 x 2 Grêmio Prudente
2010 – Monte Azul 1 x 1 Corinthians
2011 – Corinthians 2 x 0 Portuguesa
2012 – Corinthians 2 x 1 Mirassol
2013 – Paulista 1 x 1 Corinthians
2014 – Portuguesa 1 x 2 Corinthians
2015 – Corinthians 3 x 0 Marília
2016 – Corinthians 1 x 0 XV de Piracicaba
2017 – São Bento 0 x 1 Corinthians
2018 – Corinthians 0 x 1 Ponte Preta
2019 – Corinthians 1 x 1 São Caetano
2020 – Corinthians 4 x 1 Botafogo de Ribeirão Preto
2021 – Red Bull Bragantino 0 x 0 Corinthians
2022 – Corinthians 0 x 0 Ferroviária
* Rio Branco venceu nos pênaltis por 2 a 1, pois naquela edição o regulamento previa a disputa em jogos da fase classificatória finalizados em empate
** Estreia já pela semifinal do Supercampeonato Paulista, competição que envolveu o campeão Paulista Ituano mais os três melhores clubes classificados no Torneio Rio-SP
