É verdade que a Seleção Brasileira Sub-20 não manteve a mesma pegada das vitórias sobre Peru e Argentina no empate contra a Colômbia nesta quarta-feira (25). Postura até certo ponto natural por conta da classificação garantida para o hexagonal final do Campeonato Sul-Americano da categoria e pelos jogadores que receberam mais minutos contra a seleção anfitriã da competição. Mas o grande nome do Brasil até o momento é o volante Andrey Santos. O camisa 5 e capitão da equipe de Ramon Menezes é um dos grandes responsáveis por fazer com que as coisas funcionem dentro de campo e a grande referência técnica do time. Não é por acaso que ele é o grande nome dessa Seleção Brasileira Sub-20.
Para o confronto desta quarta (25), o técnico Ramon Menezes resolveu poupar Vítor Roque, Arthur e Patrick e deu oportunidades para Stênio, André e Kaiki. A formação básica da Seleção Brasileira Sub-20 não mudou. O time entrou em campo organizado no velho 4-3-3/4-4-2 que deu liga contra peruanos e argentinos. O grande problema, no entanto, estava no adversário da vez. A Colômbia, empurrada pela sua torcida no Estádio Pascual Guerrero e precisando da vitória, entrou em campo com a marcação mais alta e muita pressão na saída de bola brasileira.
Todo esse cenário fez com que o Brasil se retraísse um pouco mais no seu campo para encontrar tempo e espaço para fazer a bola chegar no ataque com um mínimo de qualidade. Notando que a equipe tinha dificuldades contra os colombianos, Andrey Santos passou a jogar um pouco mais recuado, fazendo a famosa “saída de três” entre os zagueiros Jean e Robert Renan. Com Marlon Gomes e Alexsander mais presos, o camisa 5 passou a ditar o ritmo do jogo buscando o passe pelo chão para um companheiro que se deslocava ou a ligação direta com Guilherme Biro ou Giovane.

Notem que Ramon Menezes gosta de utilizar o ótimo “timing” dos seus volantes nas perseguições curtas e nos saltos para a pressão em cima dos adversários. Contra a Colômbia, Marlon Gomes e Alexsander desempenharam esse papel enquanto Andrey Santos permaneceu mais recuado na proteção da última linha. O grande problema dessa formação utilizada por Ramon Menezes está quando essa pressão dos “interiores” é vencida (como aconteceu no início da jogada que terminou no golaço de Gustavo Puerta). Aliás, foi dessa forma que a Colômbia conseguiu chegar na área brasileira com frequência no primeiro tempo. Esse é um ponto que merece muita atenção por parte da comissão técnica da Seleção Brasileira Sub-20.

Com a tranquilidade de um veterano, Andrey Santos chamou novamente a responsabilidade e organizou o time dentro de campo. Foi dele o gol de empate (após bola levantada na área por Guilherme Biro). Ainda que a Seleção Brasileira Sub-20 tenha ido para o intervalo no lucro por conta da atuação mais abaixo do esperado, o time voltou para o segundo tempo mais organizado e com a mobilidade que vimos contra Peru e Argentina. A troca de posições entre os volantes brasileiros deixou Andrey Santos mais próximo do gol e em condições de explorar o espaço entrelinhas do 4-4-2 montado pelo técnico Hector Cardenas. Os melhores momentos do Brasil na partida foram quando o camisa 5 jogou mais solto.

Acabou que a Seleção Brasileira Sub-20 administrou bem o placar mesmo depois da saída de Andrey Santos e Marlon Gomes aos quinze minutos da segunda etapa. Mesmo assim, o protagonismo dos dois (principalmente do mais novo contratado do Chelsea) é evidente na equipe comandada por Ramon Menezes. A forma como os dois se completam em campo chega a ser impressionante pelo “timing” na pressão em cima dos adversários e na ocupação do espaço quando um deles está com a bola. Difícil não se empolgar com o futebol deles e de outros jogadores que vem se destacando nesse Campeonato Sul-Americano. Mas é o camisa 5 do Brasil quem mais vem fazendo os olhos dos torcedores brilharem com as últimas atuações.
Pelo que se vê em campo, é bem possível que Andrey Santos participe do próximo ciclo da Seleção Brasileira principal seja quem for o treinador. Estamos falando de um volante moderno e altamente participativo, mas que possui a categoria e a qualidade dos grandes nomes da posição na história. Se mantiver a cabeça no lugar e saber esperar seu momento, o camisa 5 pode se transformar completamente como jogador. E aí, meus amigos, estamos falando do mais alto nível do velho e rude esporte bretão.

