Considerado o principal Estadual do país, o Paulistão teve o seu pontapé inicial neste sábado (14) pela manhã, com a partida entre Internacional e São Bernardo, em Limeira. Geralmente, o título é disputado entre os quatro grandes. Ou seja, dificilmente a taça não é erguida por Corinthians, Palmeiras, São Paulo ou Santos. O Torcedores.com irá recordar as ocasiões em que as zebras aprontaram diante dos favoritos no Campeonato Paulista.
Inter de Limeira – Paulistão 1986
O Palmeiras estava há 10 anos sem chegar à decisão do Paulistão. Na ocasião, o último título havia sido conquistado pelo Verdão em 1976. Então, em 1986, o Alviverde voltou à final do Estadual, depois de passar pelo Corinthians na semifinal. A adversária seria a surpreendente Inter de Limeira, que havia eliminado o Santos. Naturalmente, o Palmeiras por sua grandeza seria o grande favorito, com sua torcida eufórica pela grande oportunidade de acabar com o incômodo jejum de uma década sem levantar taças. Além disso, a Federação Paulista de Futebol (FPF) impôs que os dois jogos decisivos do Paulistão ocorressem no Morumbi.
Mesmo que a Inter não pudesse atuar no Limeirão, a equipe do interior se impôs e levantaria a taça pela primeira e única vez em sua história. Depois de um 0 a 0 no jogo de ida, a equipe comandada pelo técnico Pepe venceria por 2 a 1 o Verdão na partida de volta. Kita e Tato marcaram os gols da Inter de Limeira, com Amarildo descontando para os palmeirenses. Dessa forma, a Internacional se tornaria a primeira equipe do interior a celebrar o título do Paulistão.
Bragantino – Paulistão 1990
A surpreendente decisão entre Bragantino e Novorizontino foi a primeira da história do Paulistão a reunir dois times do interior. Então, a final caipira de 1990 revelou grandes nomes que despontariam no futebol brasileiro e mundial. Como o ainda novato técnico Vanderlei Luxemburgo, que conduziu a equipe de Bragança Paulista ao inédito título paulista. Além de Luxa, aquele Bragantino que seria vice-campeão brasileiro no ano seguinte também tinha o futuro tetracampeão mundial Mauro Silva. Já o Novorizontino do técnico Nelsinho Baptista possuía outros dois atletas que ajudariam a trazer a taça da Copa do Mundo de 1994: Márcio Santos e Paulo Sérgio. Aliás, Luís Carlos Goiano, que seria campeão da Libertadores e do Brasileirão Série A pelo Grêmio, também fazia parte da equipe de Novo Horizonte.
Então, na improvável decisão que resultou numa verdadeira festa do interior, o Bragantino foi campeão do Paulistão com o regulamento embaixo do braço. Afinal, com a melhor campanha durante todo o campeonato, levantou a taça depois de dois empates nos jogos decisivos. As duas partidas terminaram em 1 a 1, com uma prorrogação de 30 minutos no último confronto em Bragança Paulista.
São Caetano – 2004
Outra final caipira ocorreu em 2004. Assim, São Caetano e Paulista mediram forças em mais uma decisão surpreendente do Paulistão. Mesmo que o Azulão estivesse num grande momento naquelas primeiras temporadas nos anos 2000, de maneira a decidir dois Brasileirões e uma Libertadores, a equipe teria pela frente o Paulista de Jundiaí. Então, o favoritismo seria do São Caetano, que ainda tinha boa parte da base que disputava os principais títulos no começo dos 2000. Aliás, o técnico da equipe de São Caetano do Sul era Muricy Ramalho.
Enquanto o São Caetano atropelava nas semifinais o Santos de Robinho e Diego que seria campeão brasileiro meses depois, o Paulista superou o Palmeiras nos pênaltis. Dessa forma, o Azulão prevaleceria sua força, vencendo os dois jogos diante da equipe de Jundiaí, treinada por Zetti. Na partida de ida, vitória de virada por 3 a 1. Na volta, no Pacaembu, um 2 a 0 que consolidaria a única conquista do Paulistão do Sâo Caetano, que tinha nomes como Mineiro, Gilberto e Euller. No ano seguinte, o Paulista seria campeão da Copa do Brasil.
Ituano – 2014
O Ituano já havia conquistado um Paulistão em 2002, na ocasião em que os grandes clubes se ausentaram. Na época, os gigantes do estado estavam focados no Torneio Rio-São Paulo, que indicou três equipes para o Supercampeonato Paulista, realizado pela única vez naquela temporada. Então, na decisão do torneio, o São Paulo derrotou a equipe de Itu com uma goleada de 4 a 1 no Morumbi no jogo da volta.
12 anos depois, o Ituano conseguiria vencer um Paulistão enfrentando os grandes clubes. Assim, o Galo de Itu superaria o Palmeiras na semifinal, enquanto o Santos seria seu adversário na decisão depois de passar pelo surpreendente Penapolense. Logo após o Ituano vencer a partida de ida por 1 a 0 no Novelli Júnior, o Peixe devolveria o placar no Pacaembu na volta. Mas o Ituano treinado por Doriva venceria nos pênaltis por 7 a 6, conquistando seu segundo título do Paulistão. Curiosidade: o título da equipe de Itu foi o último jogo narrado por Luciano do Valle, que morreria na semana seguinte logo após sofrer um infarto fulminante.
