No último sábado (28), o Palmeiras venceu o Flamengo por 4 a 3 e conquistou pela primeira vez a Supercopa do Brasil.
E mais um título do Verdão é fruto de muito trabalho em vários setores, desde o ano passado. Quem garantiu isso foi o coordenador científico do clube, Daniel Gonçalves, em entrevista ao “ge”.
Daniel revelou que o Palmeiras fez uma preparação no início da temporada especial, de olho nessa decisão. E essa preparação foi planejada ainda em 2022.
A carga excessiva de jogos nos últimos anos e as eliminações precoces em mata-mata, fizeram o Palmeiras entender que precisava dar mais de 30 dias de férias. Portanto, deu 45 dias. O que gerou uma preocupação com a forma em que os atletas voltariam de férias, tendo em visto que 45 é um período longo de afastamento dos trabalhos.
Então, pensando neste jogo contra o Flamengo, o clube fez um planejamento específico para essa volta.
“Fizemos esse planejamento no fim de outubro, pensando neste jogo da Supercopa. Estávamos praticamente entrando em férias, mas a temporada não ia acabar, pelo foco neste jogo”
“Nos últimos três anos, um estudo mostrou que o Palmeiras tinha sido uma das equipes que mais jogou no mundo. E isto bateu com as percepções de fadiga mental apresentada nos últimos jogos do Brasileiro. Para dar tempo da recuperação mental, ficamos preocupados com a forma física e técnica, porque 45 dias (fora do CT) correria o risco de precisar de um tempo maior de preparação”, disse o coordenador científico.
Jogadores do Palmeiras fizeram treinos virtuais
Daniel Gonçalves contou que em dezembro, mesmo de férias, os jogadores receberam uma cartilha de atividades a serem realizadas. Além disso, o clube usou os treinos virtuais, que eram utilizados durante a pandemia do coronavírus.
“Avaliamos os jogadores em novembro, orientamos e demos três semanas “off”. Depois, duas semanas de trabalho com uma cartilha e mais duas semanas de trabalhos virtuais. A gente considerou isto como uma pré-temporada”.
“Os atletas estavam monitorados por controle de carga interna, GPS e monitor de frequência cardíaca. Eram treinos para gerarem adaptação. E se eles tivessem perdas aceitáveis, de até 10%, poderiam voltar e já fazer o trabalho específico de futebol.”
Por fim, o coordenador científico disse que esse trabalho foi bem-sucedido, tendo em visto que quase todo mundo se reapresentou nas condições ideais para iniciar a temporada bem, já com jogos-treinos.
“Nas avaliações (de reapresentação), a maioria dos atletas atingiu o objetivo, eles tiveram perda pequena e uns até melhoraram, porque os atletas chegaram satisfeitos, bem recuperados mentalmente, com alegria para os trabalhos e a intensidade bem elevada”, completou.

