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Vítimas de ataques xenófobos, o treinador Koosha Delshad pediu demissão do Comercial do Piauí logo após sua estreia comandando o time. Devido às ofensas, o técnico deixou o time apenas dois dias após sua chegada.
Chamado de “treinador terrorista” pelos torcedores na arquibancada, o técnico iraniano chegou a ouvir dizerem que ele ia colocar uma bomba no estádio. “Isso aconteceu mais de dez vezes. E na verdade, eles xingaram antes do aquecimento. Não sei como o treinador chega e vai treinar um, dois dias. Horrível!”, desabafou Delshad. De acordo com ele, as ações preconceituosas teriam começado um dia antes da partida, ainda nas redes sociais.
Após o ocorrido, o treinador fez questão de expor a situação precária em que o Comercial se encontra. “Mesmo tendo conhecimento da situação do clube, da falta de equipamentos necessários, assumi a parte técnica, mas não poderia imaginar que no dia do jogo três jogadores não entrariam no estádio. Foi quando percebi que não estava em um clube profissional e sim em uma escolinha de futebol”, afirmou.
Delshad teria aceitado o desafio de treinar o Comercial porque, segundo ele, é um “clube tradicional que vive uma situação anormal”. Ele conta que decidiu renunciar o cargo não só pela xenofobia, mas também pela falta de apoio e profissionalismo. “Minha intenção foi ajudar, mas pela falta de apoio e pelos crimes de xenofobia durante os 90 minutos no estádio, eu renuncio ao cargo da parte técnica do Clube Comercial Atlético Clube”, finalizou o técnico iraniano.
Em nota divulgada pelo Instagram, o Comercial repudiou os ataques feitos a Koosha Delshad. O clube informou que “não compactua e repudia veementemente as atitudes de torcedores que tiveram comportamento incomum ao ex-treinador Delshad”, divulgou a assessoria.
