Home Torcedoras 5 mulheres que marcaram a história do esporte no Brasil

5 mulheres que marcaram a história do esporte no Brasil

No Dia Internacional da Mulher, o Torcedores.com lembra grandes nomes femininos que marcaram seus nomes no esporte

Marco Maciel
Sou jornalista, formado pela PUCRS em 2007. Trabalhei na web rádio Voz do Futebol. Também fui redator e assessor de imprensa da ALAP (Associação Latino-Americana de Publicidade). Edito o site SAMBARIO, voltado para sambas-enredo, desde 2004. No canal do YouTube do portal (@sambariosite), entrevistamos mais de uma centena de personalidades do samba e do carnaval nos tempos da pandemia. Entrei no time do Torcedores.com em maio de 2022 e escrevo para o site NasPistas.com desde maio de 2023.

Todos os dias são das mulheres. Mas o 8 de março é ainda mais inesquecível. Afinal, o Dia Internacional da Mulher sempre celebra a força delas, pois dão a luz, são mães e proporcionam todo o carinho e afeto necessários para o nosso mundo. Além disso, são campeãs e heroínas em todos os âmbitos, incluindo o do esporte. O Torcedores.com recorda cinco grandes mulheres da história do esporte brasileiro.

PUBLICIDADE

Maria Lenk

Pioneira na natação, a filha de imigrantes alemães se tornou a primeira brasileira a entrar no Swimming Hall of Fame da Federação Internacional de Natação (FINA). Aos 17 anos, Maria Lenk disputou seus primeiros Jogos Olímpicos em 1932, em Los Angeles, sendo a única mulher da delegação. Aliás, seria a primeira a introduzir o nado borboleta no esporte, numa prova de peito quatro anos depois, nas Olimpíadas de Berlim em 1936.

Não obteve medalhas, sendo prejudicada pela Segunda Guerra Mundial que cancelou os Jogos de 1940 e 1944. Na ocasião, era considerada favorita para o ouro em várias modalidades, pois já somava recordes mundiais. Décadas mais tarde, passou a disputar competições de masters na natação, batendo dezenas de recordes nas categorias que disputava. No ano 2000, conquistou cinco medalhas douradas entre as nadadoras de 85 a 90 anos.

PUBLICIDADE

Maria Lenk morreria em 16 de abril de 2007 aos 92 anos, em plena piscina do Flamengo, vítima de uma parada cardiorrespiratória. Seu nome batiza o Parque Aquático em Jacarepaguá, que sediou as provas de natação dos Jogos Pan-Americanos em 2007 e das Olimpíadas do Rio em 2016.

Maria Esther Bueno

Muito antes de Gustavo Kuerten se tornar número um do mundo, Maria Esther Bueno colecionava títulos no tênis. Foi uma das poucas da história do esporte a obter conquistas em três décadas diferentes, nos 50, 60 e 70. Ao todo, foram 71 taças só de simples. Entre as competições de Grand Slam, conquistou o tetracampeonato do US Open em 1959, 1963, 1964 e 1966 e o tri de Wimbledon nos anos de 1959, 1960 e 1964. Aliás, Maria Esther entrou para o Guinness Book, ao levar apenas 19 minutos para vencer a final do US Open de 1964.

Ao todo, foram 19 títulos de Grand Slam, incluindo as conquistas em torneios de simples, duplas e duplas mistas. Eleita a melhor tenista do Século XX da América Latina e a 38ª de todos os tempos entre homens e mulheres, Maria Esther Bueno morreu aos 78 anos, em 8 de junho de 2018.

Hortência

Suas respirações fundas com os olhos fechados antes de cada lance livre ficaram na memória afetiva de quem acompanhou o basquete feminino brasileiro em seus tempos áureos. Assim, Hortência se tornou rainha, integrando o Hall da Fama do esporte e se consagrando como uma das maiores atletas de todos os tempos do país.

PUBLICIDADE

Integrando o histórico time ao lado de nomes como Magic Paula, Janeth e Marta, Hortência lideraria a seleção brasileira de basquete em sua maior conquista: a do Mundial de 1994 na Austrália. Aquela geração também levaria a prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996, quando a rainha Hortência se despediu das quadras. Outro momento inesquecível foi na vitória sobre Cuba nos Jogos Pan-Americanos de Havana em 1991, quando Fidel Castro, em tom de brincadeira, se “negou” a entregar a medalha de ouro para Hortência e Paula.

Maurren Maggi

Seu nome é uma homenagem à primeira mulher do beatle Ringo Starr, Maureen. Um erro do cartório fez o nome da futura campeã olímpica ganhar um “R” a mais e um “E” a menos. Então, a atleta se tornaria tricampeã pan-americana no salto em distância, além de ser medalhista também nos 100 metros com barreiras. Maurren Maggi superaria uma acusação de doping que a afastou do esporte por dois anos, ficando de fora dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Assim, a volta por cima seria em forma de consagração, através das Olimpíadas de Pequim, em 2008.

Mesmo sem o favoritismo de oito anos antes, em Sydney, e mais veterana aos 32 anos, ela brilhou no Estádio Olímpico Ninho de Pássaro. Logo em seu primeiro salto, conseguiu a impressionante marca de 7,04 metros. Dessa forma, nenhuma de suas oponentes conseguiriam superá-la. Nesse sentido, Maurren Higa Maggi se tornaria a primeira mulher campeã olímpica individual do país. Todo o Brasil vibrou, mas a sua pequena filha Sophia nem tanto. Na primeira conversa com a mãe por telefone depois da vitória, ainda no estádio, a menina disse preferir que ela trouxesse a medalha de prata.

https://www.youtube.com/watch?v=bziO1a4DTV8

Marta

É a Marta, é a deusa/a defesa a seus pés/é bola de ouro, é gente da gente“. O samba-enredo da Inocentes de Belford Roxo no Carnaval de 2020 celebrou a rainha do futebol, que ganhou merecidas flores em vida na Marquês de Sapucaí. A letra da música sintetiza como Marta superou todas as adversidades para se tornar um dos maiores nomes da história do esporte brasileiro: “e lá vem a menina/driblando a seca em meio a poeira/ganhando o mundo/vencendo a sina“.

PUBLICIDADE

A camisa 10 da seleção brasileira oriunda da cidade alagoana de Dois Riachos percebeu sua vocação desde cedo, quando jogava de pés descalços distribuindo dribles e gols em meio aos meninos. Então, chegou adolescente ao Rio de Janeiro com 14 anos para um teste no Vasco, onde daria seus primeiros passos profissionais em 2000.

Era o começo de uma carreira consagradora, em que se tornaria seis vezes a melhor jogadora do mundo, cinco consecutivamente. Além disso, é a maior artilheira da história da seleção brasileira contando a masculina e a feminina. Pela seleção brasileira, foi bicampeã pan-americana e duas vezes medalha de prata nos Jogos Olímpicos em 2004 e 2008. Deverá disputar sua sexta Copa do Mundo na Austrália e na Nova Zelândia nos meses de julho e agosto.