Dirigente revela salário alto e defende volta de Bruno ao futebol: “Rejeitado pelo povo brasileiro”
Goleiro acertou com time de várzea, mas organização barrou participação em torneio
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Em liberdade condicional desde o início do ano, Bruno foi contratado pelo Orion FC, equipe do bairro Jardim Noronha, na zona Sul de São Paulo, Dessa forma, a expectativa era que o goleiro, condenado pela morte de Eliza Samúdio, pudesse disputar a Super Copa Pioneer, mas a organização da competição vetou a inscrição do atleta. Sendo assim, Renato Souza Mendonça, vice-presidente do clube, lamentou a decisão e defendeu que o ex-jogador do Flamengo passe pelo processo de ressocialização.
“Fiz alguns questionamentos: se o Bruno ‘tava’ em forma pra jogar, se ele ‘tava’ treinando. Pedi vídeos. Por que, afinal de contas, eu estava contratando um atleta que iria ajudar meu time. Eu não estava precisando de mídia”, disse à CNN Brasil.
“Pensamos em abrir a porta do clube para um atleta e que ele consiga, também, conciliar com a sua ressocialização. Ele é um atleta que foi rejeitado pelo povo brasileiro. Abrimos a porta para ele, para que tenha uma nova etapa na vida. Queira ou não é o trabalho dele, ele só sabe fazer isso. Então fica difícil você falar para o cara: ‘Só tem o futebol pra você trabalhar? vai trabalhar de pedreiro, vai trabalhar de não sei o que.. ele não sabe, ele não vai saber fazer outra coisa a não ser jogar futebol’.“, completou.
Salário de Bruno
Segundo o que foi conversado com o veículo, a chegada de Bruno ao Orion FC possui um custo acima de R$ 10 mil. Ainda que a direção da Super Copa Pioneer tenha impedido a participação de Bruno, o clube ainda aguarda uma reviravolta no caso.
“O valor ele falou pra eu não falar, não publicar, entendeu. Mas é um valor que vai ajudar ele, né, pelo o que ele é hoje. Por que se você for pegar um jogador profissional que tá na mídia não dá para comparar com o valor de um cara que joga na várzea. É um valor considerável para ele vir, pagar o custo que vai ter de Cabo Frio para cá. A gente arca com o hotel então é um valor simbólico pra ele ir sobrevivendo, entendeu? Um valor que ele pode levar o alimento para casa dele, pode viver, pagar as contas e daí por diante”.
“Ele não vetou o clube de jogar o campeonato, ele vetou o Bruno. Então cabe ao Bruno procurar os direitos dele. Nós não rompemos o contrato com ele. Estamos esperando a decisão se vai jogar ou não, entendeu? O que o cara fez na vida pessoal dele não cabe ao clube sair investigando. Cabe ao atleta chegar, mostrar o rendimento nos jogos, ajudar a equipe a sair com a vitória. Mas a gente sempre deixou bem claro que o clube nunca compactuou com algum tipo de agressão a mulher, a homem ou a qualquer tipo de crime. Se a Justiça liberou, colocou o rapaz na rua ,não vejo problema dele atuar, dele trabalhar e receber o dinheiro dele”, afirmou.
Em 2013, Bruno foi condenado a uma pena de 22 anos e três meses de detenção pelo assassinato de Eliza Samúdio. Após ser transferido para o regime semiaberto, o goleiro conseguiu, em janeiro deste ano, sua liberdade condicional. Desde 2017, ele acumula passagens por Boa Esporte, Poços de Caldas, Rio Branco-AC, Araguacema, Atlético Carioca e Búzios.

