A Operação Penalidade Máxima continua divulgando novas suspeitas de jogadores beneficiando apostadores. Nesse sentido, as investigações do Ministério Público de Goiás vêm proporcionando novas citações de atletas que entraram em contato com estes grupos de manipulações de resultados.
Dessa forma, o atacante Jarro Pedroso, de 29 anos, confessou ter agido de acordo com a vontade dos apostadores em partida do Campeonato Gaúcho desta temporada. Em entrevista para GZH, o atleta, que defendeu o São Luiz no Gauchão, admitiu ter cometido um pênalti de propósito.
O lance ocorreu na partida em que a equipe de Ijuí enfrentou o Caxias, no Estádio Centenário, em 12 de fevereiro. O time grená venceria por 3 a 1. Logo após a penalidade máxima, Jarro pediu para ser substituído, fingindo ter sofrido uma lesão.
No contato com GZH, o jogador investigado pela Operação Penalidade Máxima afirmou ter sido ameaçado e coagido pelos integrantes do esquema. Tanto que Jarro declarou ter devolvido o dinheiro para os apostadores depois da partida em Caxias do Sul, além de registrar um boletim de ocorrência.
“Eu realmente fiz o pênalti porque fui ameaçado, não foi por dinheiro. No dia do jogo, os caras me ligaram por vídeo e falaram que só faltava eu. Que eu tinha que fazer ou ia dar ruim”, disse Jarro Pedroso. Acuado e com receio que sua família fosse prejudicada, o atacante cometeu a falta dentro da área, mas não levou cartão amarelo no lance, conforme desejado pelos apostadores.
Jarro Pedroso vem convivendo com o medo depois de ser envolvido no esquema
Assim, em nova conversa com o grupo envolvido no esquema, Jarro Pedroso comunicou que não queria aquele “dinheiro sujo”. Então, efetuou a devolução aos poucos, devido ao feriado de Carnaval naquela oportunidade.
Jarro Pedroso atualmente defende o Inter de Santa Maria na Divisão de Acesso do Gauchão. Desse modo, o atacante está contribuindo com a Operação Penalidade Máxima. Assim, enviou ao MP de Goiás o BO, além dos comprovantes do recebimento e da devolução do dinheiro pelos apostadores.
“Depois que começou isso aí, eu não tenho mais paz, com medo de tudo isso. Eu devolvi todo o dinheiro, não fiquei com nada. Eu só fiz o pênalti porque fui ameaçado. O Ministério Público viu tudo certinho, viu que eu devolvi o dinheiro e mandei o comprovante”, disse Jarro Pedroso, se declarando uma pessoa do bem.
Como se tornou testemunha, o atleta se livrou do processo criminal. Mas Jarro Pedroso poderá ser suspenso por até dois anos, além de multado em R$ 100 mil. O julgamento ocorrerá no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-RS) nesta segunda (22), às 16h.

