A cada dia que passa a operação Penalidade Máxima II desmembra ainda mais um grande esquema de manipulação de jogos no Brasil, com objetivo de favorecer um grupo de apostadores.
Em depoimento ao Ministério Público de Goiás (MP-GO), divulgado pelo programa Fantástico, da TV Globo, Bruno Lopez, apontado como líder da organização por traz dos delitos, revelou como as ações funcionavam. O grupo combinava com jogadores profissionais para que eles fizessem determinada ação em campo, como por exemplo cometer um pênalti ou sofrer um cartão amarelo ou vermelho. Assim, já sabendo o que aconteceria, juntava algumas apostas em uma única para maximizar o lucro obtido. Como parte do esquema, faziam um adiantamento aos atletas envolvidos e, posteriormente, depositavam o restante do valor acordado.
Um dos exemplos citados pelo líder da quadrilha foi no Brasileirão Série B do ano passado, nos embates entre Criciúma x Tombense, Sampaio Corrêa x Londrina e Vila Nova x Sport nos três duelos. Na ocasião, Bruno apostou que um pênalti seria assinalado ainda no primeiro tempo. A única partida que não teve foi no jogo do Vila Nova, pois Romário, procurado pelos apostadores, sequer foi relacionado para o confronto. Com um adiantamento, o jogador tentar colocar um companheiro no esquema, o que não aconteceu e a diretoria do clube acabou descobrindo.
Outro caso marcante foi de Eduardo Bauermann, do Santos. Por não levar cartão amarelo em duas partidas, o zagueiro acabou se endividando com os apostadores. Nos depoimentos divulgados, Lopez revela que um sócio foi à cidade litorânea e encontrou diretamente com o zagueiro. Em um celular apreendido, há um vídeo do mesmo sócio exibindo uma arma de fogo carregada, proferindo ameaças à Bauermann e familiares.
Até o momento, mais de 50 atletas foram citados de forma direta ou indireta nas investigações do MP-GO. Alguns deles foram afastados por suas atuais equipes, visto que muitos trocaram de time para 2023 e cometeram os delitos enquanto defendiam outro clube.

