O caso de racismo sofrido por Vinícius Júnior no último domingo (21), segue movimentando e gerando consequências principalmente ao futebol espanhol. Nesta quinta-feira (25), o presidente de LaLiga, Javier Tebas, concedeu uma coletiva de imprensa para explicar as ações da instituição em combate ao racismo. Em meio ao compromisso, o cartola cobrou ações do estado espanhol.
“Eu estou um pouco cansado da perfumaria, da imagem. As pessoas falam que nós temos que fazer reuniões no Observatório, mas isso é só imagem. Eu estou cansado de fazer reuniões somente para fazer uma declaração antirracista e para que todo mundo se abrace. Não, precisamos atuar e ir para os tribunais”, disse Tebas.
Questionado pela imprensa, o Observatório é um conselho criado em 2004 para discutir assuntos como violência, racismo e xenofobia no Campeonato Espanhol, mas as pautas muitas vezes acabam perdendo espaço para outros temas avulsos ao esporte.
O presidente de LaLiga, em seguida, cobrou o estado espanhol para ações práticas e penais sobre racismo: “São muitas palavras e poucas ações. A Comissão Nacional Antiviolência funciona, as denúncias chegam por lá, mas é um órgão que não tem competência de sanção, apenas para propô-las”.
“Algumas chegaram e houveram sanções muito leves, de tal forma que eu pedi para um secretário de estado, há algum tempo, verificar o que estava acontecendo – porque não tinham velocidade e não chegavam no prazo -. Não estou falando que foi intencional, mas o prazo vencia em muitos casos. Fui me queixar ao estado, não apenas pelo tema racismo”, completou.
Javier Tebas se pronunciou em redes sociais logo após Vinicius Jr também se manifestar sobre o caso de racismo. Ainda no domingo, dia da partida entre Real Madrid e Valência, o brasileiro destacou que não foi um caso isolado e a liga era conivente com a situação. O presidente então respondeu o atacante em tom de confronto, afirmando que: “LaLiga não é racista, é muito injusto dizer isso”.
Tebas é presidente da instituição que organiza o Campeonato Espanhol desde 2013.
