Torcida do SPFC no MorumBIS (Rubens Chiri/São Paulo)
O presidente do São Paulo esteve nesta segunda-feira (11) no centro do programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura.
Além de várias questões referentes ao clube, Júlio Casares foi questionado sobre um assunto que há tempos é motivo de debates na comunidade são-paulina: a reforma do estádio.
O editor da revista IstoÉ Luis Cesar Pimentel questionou o dirigente a respeito dos planos e prazos para modificar a estrutura do estádio e lembrou momentos em que a casa tricolor ficava totalmente lotada:
“Nessa época que você falava, eu ia no Morumbi com 120 mil pessoas. Elas ficavam numa geral umas em cima das outras, era uma confusão danada. Hoje a prioridade é o conforto, hoje o Morumbi não é mais cimento puro, tem uma cadeira.”
Júlio Casares enfatizou a tendência mundial de redução dos estádios e a preocupação com a segurança: “A questão até da segurança melhorou bastante. Os estádios diminuíram bastante para garantir uma melhor segurança. Isso aconteceu com o Mineirão, com o Maracanã, com o Morumbi”.
Além dos pontos específicos do estádio, Casares mencionou que as intervenções do governo na região, como a estação de metrô Morumbi e a construção de um piscinão, são fundamentais para melhorar a experiência do torcedor.
Sonho que se sonha junto
Casares mencionou que a grande reforma do Morumbi é um sonho e que há um forte trabalho para torná-lo realidade: “Eu lembro de dirigentes dizendo que ‘se temos de sonhar, que seja grande.’ Hoje nós temos de sonhar sim com uma reforma, mas não temos ainda nenhum pré-projeto. O que nós temos é conversas. Como o Morumbi voltou a ser palco de grandes eventos, os fundos de investimento começaram a conversar [conosco].”
Seguindo a tendência mundial de estádios mais enxutos, Casares mencionou possíveis modificações: “Quem sabe rebaixar o campo em dois ou três metros, melhorar a estrutura pra deixar a torcida mais próxima?”
A âncora do programa, Vera Magalhães, levantou um aspecto importante, que é o tombamento do estádio, fator que dificulta intervenções mais profundas na estrutura: “A questão do tombamento é mais uma herança que eu tive. É uma questão de flexibilizar o tombamento. Isso não quer dizer que o São Paulo ficará totalmente engessado.”
São Paulo e a modernização dos estádios
Um dos aspectos mais debatidos a respeito do Morumbi é a capacidade máxima de pessoas.
As recentes modernizações e construções de estádios têm privilegiado espaços com capacidade reduzida e direcionadas à outras atividades, as chamadas arenas multiúso
O Allianz Parque do Palmeiras possui capacidade para 43,713 pessoas, enquanto a Neo Química Arena do Corinthians 49.205. Em comparação com os 66 mil do Morumbi, são aproximadamente 17 mil pessoas de diferença.
A entrada em vigor da Lei da Torcida Única em 2016, após a morte de um idoso na Zona Leste de São Paulo é um dos fatores de esvaziamento não só do Morumbi, mas dos estádios em geral.

