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Ídolo do Flamengo, Filipe Luís se aposentou dos gramados com o fim desta temporada. O ex-lateral, com passagem por Chelsea, Atlético de Madrid e seleção brasileira, vai se dedicar a carreira de treinador.
E olha que Filipe Luís trabalhou com diversos treinadores nessa passagem pelo Flamengo. O lateral chegou ao clube em 2019, quando Jorge jesus era o técnico.
Desde que Jesus saiu, em 2020, o Flamengo teve oito treinadores: Domenec Torrent, Rogério Ceni, Renato Gaúcho, Paulo Sousa, Dorival Júnior, Vítor Pereira, Sampaoli e Tite. São oito técnicos em três anos e meio.
O Flamengo tinha a cara de Jorge Jesus
Em entrevista ao “Charla Podcast”, o ex-jogador comentou sobre essas constantes mudanças no comando técnico.
Primeiro, ele diz que o clube não errou nas trocas e fez o que tinha que ter feito em todas as situações. Ele entende ainda que aquele time tinha a cara de Jorge Jesus e qualquer outro técnico teria dificuldade.
“O clube não estava preparado para a troca, o clube estava feito para Jorge Jesus, do jeito dele. De repente, você tem que mudar tudo e fazer algo novo. Eu não acho que erraram (nas trocas), era insustentável”.
“O Domenec poderia ser o Guardiola, depois do Jorge Jesus era muito difícil que ele tivesse dado certo. Eu e todo mundo comparávamos tudo”, disse Filipe.
Filipe Luís comentou as diversas trocas
Em seguida, o ex-lateral do Mengão relembrou a passagem de todos os treinadores e disse entender todas as trocas.
“Veio o Rogério, ganhamos o Brasileiro, Supercopa, Estadual… lesões, time perdendo, não dá mais, trocaram. Renato veio, bem demais, recuperou os jogadores, perdeu a final, não vale nada, trocou de novo.”
“Veio o Paulo Sousa, foi muito difícil, time não estava bem, as pessoas não sabem o que é o Flamengo, é um clube muito difícil, Dorival já sabe, arrumou o time. No final, o time caiu um pouco, mas é difícil”, seguiu.
“O Vítor Pereira, um mês depois de treino, vem a Supercopa e perde. Se tivesse ganho, o Mundial de Clubes seria diferente. Quando você começa a perder muito, seu trabalho perde credibilidade, você mesmo para de confiar no grupo, vê fantasmas… torcida não aguentava mais o Vítor Pereira. Até acho que ele em outro contexto teria dado certo”, opinou.
Relacionamento dos jogadores com os treinadores
Depois, Filipe Luís falou sobre o ambiente do grupo com esses treinadores estrangeiros. Havia especulação de que o ambiente recente, com Vítor Pereira e Sampaoli, não era dos melhores.
O ex-jogador, então, disse que Paulo Sousa e Sampaoli não tiveram boa gestão de grupo.
“Paulo Sousa estava superdifícil, todo mundo puto com ele, eu lembro do Diego chegar no meu quarto e falar: ‘Fili, está todo mundo puto com ele, mas vamos lutar até o final, porque é o que diz o nosso caráter. Não cabe a nós chegar na diretoria e falar dele, nós vamos lutar por ele até o último segundo'”, disse.
“Sobre o Sampaoli, o conteúdo dele era espetacular, a gestão de grupo dele não foi boa”, acrescentou.
Por fim, o ídolo do Flamengo afirma que com Vítor Pereira, o ambiente era bom.
“Eu conversei com alguns jogadores do Corinthians que falaram que ele tinha alguns problemas de relacionamento. Mas conosco não tenho nada para falar dele, foi uma pessoa excelente, grande profissional. Eu e ninguém temos nada para falar do VP, ele foi um senhor”, finalizou.

