Home Futebol Por que o elenco do Palmeiras hoje é chamado de ‘terceira academia’?

Por que o elenco do Palmeiras hoje é chamado de ‘terceira academia’?

O conceito serve como síntese de um bom futebol apresentado por times do Verdão ao longo do tempo

Márcio Padula
Márcio Padula é um jornalista que atua há dois anos na cobertura da Sociedade Esportiva Palmeiras e em seu início de carreira escreveu para o jornal Diário de São Paulo sobre os quatro grandes clubes do Estado. Graduado pela FIAM – Faculdades Integradas Alcântara Machado em 1997, já passou por assessorias de comunicação, revistas e jornais. Atualmente no Torcedores.com.
Por que o elenco do Palmeiras hoje é chamado de ‘terceira academia’?

Foto de jogadores do Palmeiras hoje repetindo poses de retrato histórico da Segunda Academia

O Palmeiras publicou em suas redes sociais, neste domingo (10), uma foto de Gustavo Gómez, Endrick, Raphael Veiga e Weverton, em uma imagem que  reproduzia os anos 70, com Luís Pereira, Leivinha, Ademir da Guia e Emerson Leão, integrantes do time que ficou conhecido como ‘Segunda Academia’ de futebol.

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Vale lembrar que o nome ‘Academia’, para as ‘seleções’ que fizeram história no Palmeiras, aconteceu, pois se dizia que eram times que davam ‘aula’ de bom futebol para seus rivais.    

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Ou seja, a comparação entre as duas equipes bicampeãs do Brasileirão a de 1972/1973 e agora de 2022/2023, vem do resgate de um termo desde a década de 1920, e que serve para ‘rotular’ o bom futebol das equipes, um futebol acadêmico.

Evidentemente, os times que conquistaram títulos são importantes, mas no conceito do Verdão de ‘Academia de Futebol’, vale muito a técnica, o futebol que se ‘desfila’ em campo.

Assim, segundo o historiador Fernando Galuppo, em entrevista concedida no canal ‘Análise Verdão’ no YouTube, o que vale não são as conquistas.  

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“Tentam associar a questão de ‘Academia’ com o conceito de conquistas. O conceito de jogar academicamente nasce em 1920, com o Palestra (Itália). Pelas suas influências europeias, o Palestra praticava o “passing game”, um jogo cadenciado, de passe, de pé em pé”, explicou Galuppo.

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O historiador ainda diz que o que vale é o time organizado em uma troca de passes que une eficiência e objetividade na conquista dos títulos: “Isso é muito mais profundo do que a materialização de conquistas”.

Portanto, o conceito de Academia de Futebol define uma equipe que pratica um futebol coletivo, uma das grandes marcas do elenco atual do Palmeiras.

Assim, o termo ‘Academia’ vem desde os anos 20, mas o primeiro grupo de jogadores que recebeu o nome foi entre 1959 e 1969.

Neste período, o Palmeiras teve mais de dez técnicos, entre eles: Osvaldo Brandão (1959 a 1960), Mário Travaglini (1963, 1964, 1965 a 1966 e 1967 a 1968), Filpo Nuñez (1964 a 1965 e 1968 a 1969) e Rubens Minelli (1969).

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Em campo, ‘desfilaram’ Valdir de Moraes, Djalma Santos, Djalma Dias, Dudu, Ademir da Guia e Julinho Botelho.

Já a ‘Segunda Academia’, foi de 1972 a 1974, e os torcedores viram uma escalação que pouco mudou: Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei.

Agora o Palmeiras tem a sua ‘Terceira Academia’

Por fim, o Palmeiras já trata este time de Abel Ferreira como a ‘Terceira Academia’, e nomes como Weverton, Gustavo Gómez, Zé Rafael, Raphael Veiga, Endrick e Dudu, vão deixando um legado e marcando seus nomes na história do Verdão.

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