Após diversos pedidos e acusações das jogadoras do Santos, o técnico Kleiton Lima pediu demissão do comando na segunda-feira (15). O treinador já havia sido acusado anteriormente de assédio e foi recontratado pelo clube. Uma série de protestos das atletas das Sereias da Vila e de outros clubes foram de grande contribuição na decisão, mas Alicia Klein questiona a necessidade destas intervenções.
Alicia Klein detona postura do Santos em caso Kleiton Lima
Através da sua coluna no Portal UOL, a jornalista esportiva foi enfática sobre o Peixe não ter investigado e ouvido as jogadoras. No texto, Alicia Klein abre a sua argumentação afirmando: “Acusado de assédio por 19 jogadoras, ele foi recontratado pelo Santos para comandar justamente essas mulheres. O clube alegou que as denúncias eram frágeis. Ou seja, que a palavra das mulheres é frágil. Que, mesmo multiplicada por 19, ela carrega menor peso que a do homem”.
A jornalista esportiva relembrou que o Peixe contratou Robinho em 2020, apesar de ter recebido a condenação por acusação de estupro pelo tribunal italiano em 2020. E também, por um churrasco com o ex-jogador em 2024, semanas antes da sua prisão. Além disso, Alicia Klein detona o fato de Kleiton Lima pedir demissão do Santos após os protestos e não da intervenção da gestão.
Logo, Alicia Klein faz uma leitura social sobre a situação afirmando: “E quem preserva as mulheres? Quem preserva as vítimas? Quem preserva o ambiente para evitar a expansão do trauma? Quem nos protege? Pois este episódio deixou claro, novamente, o que Emicida transformou em poesia: tudo que nóis tem é nóis”.
Entre as críticas, a jornalista aponta a gestão do Santos ignorar 19 cartas, a falta de investigação e conversa com as atletas e um processo sério. Relembrando as dezenas de jogadores protestando nas últimas partidas. Finalmente, Alicia Klein concluiu seu texto afirmando: “Ao que tudo indica, quem insistir em errar vai passar vergonha. Enquanto as mulheres não encontrarem paz para trabalhar, os assediadores não encontrarão paz para assediar”.