Portuguesa tenta se reestruturar após crises (Foto: Divulgação/Portuguesa)
A Portuguesa não estará no Brasileirão Série D 2024, mas no próximo ano, terá sua presença garantida no quarto nível do futebol brasileiro graças ao desempenho no último Campeonato Paulista deste ano, onde alcançou às quartas de final. Mas além do desafio dentro de campo, terá que encarar também diversos questionamentos fora dele.
O futuro da Lusa está em xeque, com o time ainda convivendo com dívidas e sem grandes investimentos. Segundo o GE, o clube deve cerca de R$ 500 milhões e, por conta de diversos acordos, fazer diversos acordos para reduzir os débitos, mas estes ainda comprometem a existência do clube, segundo auditoria feita pela atual diretoria.
Os problemas com dívidas, iniciados e aumentados com os vários rebaixamentos à nível nacional e estadual, quase culminaram com o leilão do Canindé, que chegou a ser ser colocado à venda, mas sem que a área fosse adquirida por interessados.
Todos estes problemas, mais a falta de resultados dentro de campo e brigas internas, tem comprometido a situação da Portuguesa. Tanto que a Lusa viu um abandono massivo de sócios e de torcedores nas arquibancadas do Canindé, diminuindo ainda mais a capacidade financeira do clube
“A nossa bilheteria é fraca, os jogos dão prejuízo. Não temos hoje mais sócios patrimoniais e pagantes temos somente 232. Já tivemos mais de 90 mil anos anos 70 e 80. É uma renda que não existe mais e não posso contar com bilheteria, sócio patrimonial e, com o nosso sócio-torcedor, a gente não consegue passar de mil pagantes”, disse o presidente Antônio Carlos Castanheira.
Um pouco de receita se deu com um dos ginásios cedidos à Igreja Renascer em Cristo e partes do clube social locadas para a realização de eventos dos mais variados. Tal situação causou um pouco de paz dentro da Portuguesa, com fim dos atrasos salariais e o pagamento das dívidas. Mas ainda não o suficiente para sanar os problemas do clube, que convive com o abandono em várias áreas, especialmente o estádio do Canindé.
Real Portuguesa?
Entretanto, os planos da diretoria liderada por Castanheira são bem ousados para a Lusa. O time tem tentado viabilizar a construção de uma arena multiuso no Canindé, que teria capacidade de até 40 mil pessoas e abrigaria jogos de futebol e shows.
Nos planos, segundo o presidente do clube, duas empresas estariam interessadas em trabalhar no projeto, que ainda precisaria de construtora definida para planejar a demolição do estádio e a construção da nova casa, a qual o dirigente até apontou o evento dos sonhos para a desejada arena.
“Aqui é show, aqui é Wesley Safadão. Vamos botar todo mundo para ‘jambrar’ aqui na Portuguesa. Show do Phil Collins, do Paul McCartney, vai tudo para o Allianz Parque (estádio do Palmeiras), aqui vamos ter o Wesley Safadão”, afirmou o presidente da Lusa.
Além do ‘novo’ Canindé, novas estruturas do clube social seriam construídas ao redor deste. E os planos de Castanheira ainda giram na criação da SAF da Lusa, a qual espera a viabilização desta até, no máximo, 2025. A intenção é de que o potencial investidor assume as dívidas e forneça aportes ao time profissional e às categorias de base. O nome do projeto marca bem as intenções do mandatário: ‘Real Sociedade Portuguesa de Desportos’
“Está tudo alinhado com os investidores e já estamos, inclusive, operando dessa forma. Teríamos uma parte técnica no CT, com o futebol de base, profissional e comissão técnica. Teríamos escolinhas de futebol espalhadas para captar jogadores” disse.
