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Vice-presidente de TI do Flamengo aborda o cyberbullying: “Pressão faz parte”

Conversamos com Alexandre Pinto, Vice-Presidente de TI do Flamengo, que falou sobre a realidade digital do time com a lei contra cyberbullyng

Gisele Henriques
MBA em Administração e Marketing, Pós Graduada em Jornalismo Esportivo, graduada em Licenciatura em Artes Visuais, Tecnologia em Marketing e Bacharelado em Administração, é graduanda de Direito e de Jornalismo.

Imagem: Reprodução / X (Twitter)

O Flamengo é o time com a maior torcida do país, e por consequência, o maior também nas redes sociais: segundo dados levantados pela SDA em fevereiro deste ano, o clube possui 19,2 milhões de seguidores no Instagram, 10,6 milhões no X (antigo Twitter) e também é o líder no WhatsApp, com 4,4 milhões de fãs.

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Obviamente, em meio a tensão dos jogos e comentários diversos no ambiente digital, a Lei contra Bullying, n.º 14.811/2024 publicada em 15 de janeiro deste ano, com suas alterações no contexto criminal incluindo como delitos o bullying e cyberbullying, torna-se uma importante ferramenta de regulação nos casos de abusos e perseguições nas redes sociais.

O Torcedores.com conversou com Alexandre Pinto, CEO da Diferenciall Tecnologia &  Especialista em Reestruturação de Empresas pelo Insper, Especialista em Tecnologia e Sistemas de Informação pela UFF, Marketing pela FGV, °Gestão de Negócios pela Ohio University e Conselheiro de °Administração pelo IBGC e Vice-Presidente de TI do Clube de Regatas do Flamengo, que explicou detalhes da estratégia digital do time; confira a seguir:

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Na área de TI do Flamengo, como é feita a proteção das redes sociais e meio digital do time?

O Flamengo já vem de longa investindo amplamente em profissionalização em todas as áreas. Na TI não poderia ser diferente. Vimos investindo fortemente na nossa infraestrutura tecnológica, em sistemas robustos e em Segurança da Informação. Fomos vanguarda na adequação à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) ainda em 2019 quando a lei ainda nem era obrigatória. Inclusive, na época, criamos uma área de Privacidade para termos uma estrutura de excelência.   

A mesma atenção é dada para as redes sociais, onde buscamos um alinhamento e integração com a área de Comunicação e Marketing do Clube de forma que também tenham toda proteção e privacidade possível.  

Sabemos que no meio esportivo há episódios de hatters e bullyng, tanto entre torcidas quanto diretamente a jogadores e técnicos. Como a nova lei pode impactar na prevenção e investigação desses casos?

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O mundo do esporte é por si só muito muito mais bônus do que ônus. Esporte é vida, a prática de esportes ajuda na saúde física e mental. O esporte colabora com a educação e desenvolvimento das pessoas. Por exemplo, o meio esportivo colabora com a ascensão de muitas pessoas e, por conseguinte, com maior visibilidade, em alguns casos deixando pessoas ricas e famosas.

Porém, como tudo na vida, também temos as situações difíceis de lidar. 

As redes sociais ampliaram exponencialmente o alcance da informação, o que deveria ser bom, mas junto com essa virtude também veio a disseminação da desinformação, das brigas e de tantas outras coisas ruins.

As pessoas falam da outras com total falta de responsabilidade. Falta educação e respeito de forma ampla.

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Com a nova lei espera-se que as pessoas tenham, no mínimo, mais responsabilidade a fim de não cometer um crime. Até porque a partir da promulgação da lei, as autoridades terão ainda mais elementos para investigação e possível punição.

O Flamengo sempre é alvo de comentários negativos de torcidas adversárias. A pressão de lidar com o bullyng digital afeta o dia a dia da equipe? Como manter o equilíbrio e a boa resposta ante as provocações?

O Flamengo é o time mais querido do Brasil, das Américas e, provavelmente, do mundo. Vive um grande momento econômico-financeiro chegando a competir com times europeus. 

Nos últimos 5 anos conquistou 15 títulos importantes no futebol profissional, vários no futebol de base e diversos também nos esportes Olímpicos. Então é natural que tenha contra si as mais diversas provocações das torcidas adversárias.

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A pressão faz parte e acredito que nossa equipe está muito bem preparada para lidar com isso. 

Temos que continuar nos qualificando cada vez mais, trabalhar duro sem nos envaidecer quando ganhamos, tampouco se abater quando a vitória não vier. É trabalho, resiliência e confiança.