Visão em detalhe da bandeira do Flamengo (Panther Media GmbH / Alamy Stock Photo)
O Flamengo deu o primeiro passo para a realização do “sonho da casa própria”. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), anunciou na manhã deste domingo (23) a desapropriação do terreno do Gasômetro, na região portuária da capital carioca, para a construção do estádio do Flamengo.
Vascaíno de coração, Eduardo Paes comunicou a desapropriação de forma bastante descontraída em um publicação no X (antigo Twitter), alegando que era um “dos dias mais tristes como prefeito”, pois faria o anúncio de algo que beneficiará seu rival, mas ele como gestor público, “fará algo que beneficia a cidade”.
Liberação do terreno
O Flamengo tentava há alguns anos negociar com o poder público uma área na cidade do Rio de Janeiro para viabilizar seu próprio estádio e deixar de lado as disputas licitatórias do Maracanã.
Além da prefeitura carioca, o Flamengo também negocia com a Caixa Econômica Federal, que gerencia o fundo de investimento responsável pelo terreno. A ideia do banco estatal era criar um novo bairro no local para viabilizar a construção de moradias. O impasse surgiu na avaliação de valor do local: o Flamengo se prontificou a pagar R$ 250 milhões frente aos R$ 400 milhões exigidos pelo banco.
O fator logístico foi fundamental para a escolha do local, pois é bem favorecido no quesito de transporte público, com acesso a várias linhas de ônibus, BRT e VLT. Além disso, é muito próximo da Rodoviária Novo Rio, o que facilitaria a chegada de torcedores de outras cidades e estados.
Projeto do estádio do Flamengo
O Flamengo trabalha com dois modelos de inspiração europeia para seu novo estádio. Em termos de gestão, discute-se o modelo usado pelo Bayern de Munique, que cede parte do clube a uma empresa, o que aumenta as especulações sobre a transformação do clube em SAF, o que o presidente Rodolfo Landim nega veementemente.
A direção do clube, no entanto, rejeita o modelo de negócio entre Palmeiras e WTorre. A construtora tem direitos à exploração do estádio até 2044 e pode inclusive interromper o calendário de jogos para viabilizar shows e espetáculos. Landim afirma que nesse modelo, existe uma grande chance de o sócio aos poucos diminuir a receita do clube.
No quesito arquitetônico, o que chega mais perto do desejado pela direção rubro-negra é o estilo do Santiago Bernabéu, casa do Real Madrid, que tem uma construção mais vertical e cria um ambiente de “caldeirão”, ao contrário do formato do Maracanã, mais aberto.

