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Olimpíadas: Falta de carnes e ovos, vermes e mais: as polêmicas da alimentação dos atletas no evento

A edição de 2024 dos Jogos Olímpicos tem sido marcada por controvérsias, sendo a alimentação na Vila Olímpica um dos mais problemáticos

William Nunes
William Nunes é um redator que atua há dois anos cobrindo futebol internaciol, com ênfase em clubes da Inglaterra, Espanha e Alemanha, sendo eles: Manchester United, City, Arsenal, Chelsea, Liverpool, Bayern de Munique, Barcelona e Real Madrid. Graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul em 2019. Atualmente no Torcedores.com.
Olimpíadas: Falta de carnes e ovos, vermes e mais: as polêmicas da alimentação dos atletas no evento

Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico, come na Vila Olímpica (AP Photo/David Goldman, Pool)

Em uma das Olimpíadas mais polêmicas da história, até mesmo a alimentação se tornou motivo de controvérsia. Muitos atletas de vários países reclamaram da qualidade da comida servida, que está muito distante do que os esportistas comeram nas edições anteriores, segundo relatos de alguns.

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Na prática de esportes em alta intensidade, a proteína e outros nutrientes se tornam fundamentais para que os atletas tenham “combustível” para queimar durante a disputa. Entretanto, parece que a organização acabou pecando nesse sentido, deixando de oferecer alguns alimentos essenciais.

O nadador Julio Horrego, de Honduras, por exemplo, criticou a falta de opções no bufê da Vila Olímpica, relatando inclusive que não havia nenhum ovo em um dos dias em que ele foi tomar café.

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 “O único problema é a falta de comida. É um pouco surpreendente”, desabafou ele posteriormente.

Um esportista profissional, independente da categoria, precisa ingerir em média mais de 5000 calorias por dia, com as proteínas sendo as mais necessárias. Entretanto, os dirigentes de vários países relatam que isso vem sendo uma grande dificuldade nas Olimpíadas de Paris.

“Não há alimentos suficientes: ovos, frango, certos carboidratos, e depois há a qualidade da comida, com carne sendo servida crua aos atletas”, relatou o chefe da Associação Olímpica Britânica, Andy Anson.

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Durante uma reunião realizada com os organizadores, os atletas reclamaram que a oferta de alimentos não era suficiente para eles, com ovos, frango e carboidratos em falta no estoque. Além disso, em vários momentos havia longas filas de espera.

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A multicampeã Simone Biles, por exemplo, criticou muito a organização na semana passada, falando sobre as refeições oferecidas aos atletas:

“Eu não acho que estamos comendo a verdadeira culinária francesa na Vila como a que vocês podem estar comendo porque estão fora da Vila. Para os atletas, é um pouco mais saudável”, falou.

Sua jovem companheira Hezly Rivera foi ainda mais longe:

“Eu não acho que é muito boa, pelo menos o que estamos comendo na sala de jantar. Eu definitivamente acho que a comida francesa é boa, mas o que estamos comendo aqui, não acho que é a melhor. Mas ela cumpre o seu papel”, reclamou.

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O péssimo serviço de alimentação exigiu reações por parte dos comitês de vários países. O Reino Unido, por exemplo, optou por levar seu próprio cozinheiro para Paris. Enquanto o Brasil transformou o castelo em Saint-Ouen em um local para os atletas brasileiros fazerem suas refeições fora da Vila Olímpica e consumirem a quantidade necessária de carne e proteínas.

O caso polêmico mais recente foi do nadador Adam Peaty, da Grã-Bretanha, que relatou inclusive que os atletas chegaram a encontrar vermes em peixes servidos na Vila Olímpica:

“O serviço não é bom o suficiente para o nível no qual os atletas devem performar. Precisamos dar o nosso melhor. Em Tóquio a comida era incrível. No Rio era incrível. Mas desta vez? Não há opções de proteínas suficientes, há longas filas, temos que esperar 30 minutos por comida. Eu gosto de peixe, e as pessoas estão achando vermes no peixe. Não é bom o suficiente”, desabafou ele para o jornal “The I”.

Qual o motivo de tantos erros na alimentação nas Olimpíadas de Paris?

Não existe um motivo único e claro que possa ser apontado. Entretanto, alguns atletas já apontaram o culpado. O nadador Adam Peaty criticou a chamada “narrativa de sustentabilidade” pelas decisões tomadas pelos organizadores das Olimpíadas.

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“A narrativa da sustentabilidade foi empurrada para os atletas. Eu quero carne, eu preciso de carne para performar, e é isso que eu como em casa. Por que eu deveria mudar?”, questionou ele.

Segundo o jornal “The Independent”, os organizadores tentaram oferecer mais alimentos de origem vegetal visando reduzir a emissão de carbono nos jogos. Eles tentaram disponibilizar opções para os gostos de diferentes países, entretanto, parece que o problema não foi a questão do sabor, mas algo mais básico, o valor nutritivo.

Por exemplo, o medalhista de ouro em arremesso de peso, Ryan Crouser, venceu em Paris, Tóquio e no Rio de Janeiro. Para manter-se ativo durante as atividades, ele precisa consumir 5 mil calorias.

Em uma entrevista recente à CNBC, ele chegou a explicar que um café da manhã típico contém dois burritos, feitos com nove ovos, salsicha ou bacon, queijo, sour cream e salsa.

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É difícil de se imaginar como substituir essa dieta com alimentos alternativos, ainda mais quando o atleta está há mais de dez anos mantendo um costume alimentar.

Better Collective