Gre-Nal válido pelo Brasileirão Série A 2024 (Ricardo Duarte/Inter)
Diante do sucesso dos times brasileiros na Copa do Mundo de Clubes, o assunto SAF tem se tornado recorrente na imprensa esportiva do Rio Grande do Sul. Com movimentos discretos no mercado da bola, Grêmio e Internacional não devem realizar contratações de impacto para o segundo semestre por conta das condições financeiras de ambos.
Na edição de hoje (25) dos “Donos da Bola RS” na afiliada gaúcha da Band, Filipe Gamba foi contrário aos dois principais times do Rio Grande do Sul mudarem suas formas de gestão. “Vender a dupla Gre-Nal é vender o nosso patrimônio. E a falência do futebol gaúcho”, protestou o apresentador do programa.
Para Gamba, existem outras maneiras de proporcionar o crescimento de uma instituição sem vendê-la para empresários. “Tem como profissionalizar um clube, a mentalidade, sem entregar o clube para um forasteiro, para um aventureiro”, opinou, acrescentando que seria mais cômodo para os presidentes as SAFs para que elas joguem com a torcida.
Ribeiro Neto pediu melhor uso da base por Grêmio e Internacional
Ribeiro Neto foi na mesma linha de Filipe Gamba, creditando a elevação de patamar a melhores administrações que possibilitem a formação de atletas. “Não adianta ter SAF se você não tem política de futebol. Não adianta ter dinheiro se você não sabe o que fazer com ele. Eu quero lembrar para vocês que a dupla Gre-Nal foi campeã do mundo com a base”, declarou o experiente comentarista.
Deste modo, Ribeiro Neto acentuou a distância financeira de Internacional e Grêmio para os maiores times do eixo Rio-São Paulo. “Sempre tiveram menos dinheiro que os grandes clubes brasileiros. E nós alcançamos, alavancamos a nossa grandeza com o uso da base”, ressaltou, complementando que só o dinheiro sem um projeto de futebol não bastam.
Já o debatedor gremista Pedro Espinosa recordou a má-sucedida parceria do Imortal com a empresa suíça de marketing esportivo ISL no começo dos anos 2000. Enquanto Bruno Soares reforçou que os clubes que tornaram SAF foi por enfrentarem problemas extremos como Cruzeiro na época de Ronaldo e Botafogo, além do Red Bull Bragantino por ser emergente e com pouca torcida.
Bruno Soares e outros comentaristas não descartam SAF
Alguns integrantes da bancada dos “Donos da Bola RS” discordaram, não descartando uma eventual venda dos clubes nos próximos anos. Para Carlos Guimarães, o modelo é possível de ser aplicado no futuro para Internacional e Grêmio, que ficaram de fora do Mundial de Clubes da Fifa. “Não é uma opinião definitiva. Eu abro porta pra isto, neste momento não”, disse o debatedor.
Já o comentarista colorado Alexandre Ernst se mostrou favorável à SAF, mas com ressalvas. “Não é garantia de títulos”, sublinhou, citando o rebaixamento do Lyon de John Textor pelas dívidas e deixando clara a necessidade de uma melhor gestão de quem injeta recursos.
Por fim, Bruno Soares elencou os prós e os contras da mudança de gestão. “Talvez tu tenha obrigação em determinado momento. Por isso que é interessante, é fundamental, que a dupla Gre-Nal estude de uma forma muito grande o tema SAF para entender o melhor momento e não virar SAF no desespero”, recomendou, completando: “A melhor SAF se chama categoria de base”.
