Menos de 35% da torcida do Internacional gostaria que o clube se tornasse SAF
Pesquisa revela que a maioria da torcida do Internacional resiste ao modelo SAF, que ainda gera divisão de opiniões entre torcedores no Brasil
Torcida do Internacional (X oficial do Internacional)
A Sociedade Anônima do Futebol (SAF) é um modelo de gestão já amplamente estabelecido em diversos países, principalmente na Europa. No Brasil, embora a adoção desse formato ainda seja relativamente recente, ele tem se tornado uma alternativa cada vez mais discutida e considerada por dirigentes. Justamente por ainda representar uma novidade no cenário nacional, o tema costuma gerar opiniões divididas e, frequentemente, resistência por parte dos torcedores.
Com o objetivo de mapear a percepção dos torcedores sobre a transformação de seus clubes em SAFs, o Globo Esporte encomendou uma pesquisa ao instituto AtlasIntel. A proposta foi entender o grau de aceitação dessa mudança e identificar, segundo os próprios torcedores, quais seriam os principais pontos positivos e negativos do modelo.
Entre os colorados, menos de 35% apoiariam a transformação em SAF
A pergunta central da pesquisa buscava avaliar de forma objetiva se os torcedores aprovavam ou não a manutenção ou a conversão de seus clubes para o modelo SAF. As respostas disponíveis eram: sim, não ou não sei. No caso dos torcedores do Internacional, 34% se mostraram favoráveis, 45% disseram não saber e 21% se posicionaram contra.
Em comparação ao maior rival, os torcedores gremistas se mostraram mais abertos à ideia. Quase metade dos tricolores optaram pela alternativa “sim”. “O Grêmio, comparado ao Inter, tem esse assunto mais maduro com a torcida, com 47,5% favoráveis. São 13 pontos percentuais mais favoráveis à SAF do que o Inter”, analisou o diretor de políticas públicas do AtlasIntel, Marcelo Rotenberg.
Avaliação dos prós e contras do modelo SAF
O levantamento também procurou entender quais são os principais argumentos a favor e contra a adoção da SAF, de maneira geral, entre os torcedores. As vantagens consideradas incluíam melhorias na governança, dinheiro para contratações, planejamento de longo prazo, pagamento de dívidas, investimento em centros de treinamentos e estádio, além do fortalecimento da marca. Os itens mais apontados como benefícios foram a melhoria na governança (26%) e o aporte financeiro para contratações (25%).
Já entre os possíveis riscos associados à SAF, os participantes foram perguntados sobre preocupações como perda de identidade, foco excessivo em lucros, prioridade para interesses externos, risco de falência e perda de controle dos sócios e da torcida. A principal desvantagem escolhida foi a perda de identidade, mencionada por 31% dos entrevistados.
Detalhes sobre a metodologia da pesquisa
O estudo foi feito entre os dias 20 e 25 de junho, com 2.069 entrevistas realizadas pela internet em 619 municípios do Brasil. Participaram torcedores de 17 dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro. Red Bull Bragantino, Mirassol e Juventude não tiveram representantes na pesquisa.
