Hiltor Mombach detalha valores do negócio entre Marcelo Marques e a Arena do Grêmio: “Era o negócio possível”
Jornalista revela os bastidores financeiros do acordo que tornou o Grêmio dono da Arena, com aporte milionário feito por Marcelo Marques
Bandeira do Grêmio na Arena (Associated Press / Alamy Stock Photo)
O Grêmio, enfim, é dono de sua Arena. A aquisição do estádio não foi custeada pelo clube, mas sim pelo empresário e pré-candidato à presidência, Marcelo Marques, que realizou o investimento com recursos próprios e doou o espaço à instituição.
Para assumir a gestão da Arena, Marcelo Marques adquiriu os créditos da Revee e os direitos de administração da Arena Porto-Alegrense, em negócio anunciado na última sexta-feira (11). No total, o investimento foi de R$ 130 milhões, pagos à vista.
Hiltor Mombach detalha valores da negociação
De acordo com Hiltor Mombach, do Correio do Povo, se a Arena não fosse comprada, o Grêmio só teria a gestão do estádio em 2033. Marques pagou R$ 50 milhões para a gestora, a Arena Porto-Alegrense, ou OAS. Em mais oito anos, a empresa faturaria R$ 160 milhões pela migração dos sócios, segundo o jornalista.
Já a negociação com a Revee foi concluída por R$ 80 milhões. Segundo Mombach, a empresa de gestão imobiliária pagou R$ 40 milhões no momento da aquisição da dívida, esse foi um dos aspectos que levantou questionamentos sobre a avaliação das negociações.
As receitas da Arena
Antes de toda essa negociação recente, o Grêmio não lucrava com a Arena, pelo contrário. Em 2022, quando disputava a Série B, Hiltor Mombach informou que a receita líquida da Arena Porto-Alegrense foi de R$ 46,2 milhões. Já em 2023, com o clube de volta à elite do Brasileirão e contando com o astro uruguaio Luis Suárez, a arrecadação saltou para R$ 83,3 milhões, um aumento de 79%.
“Todos os dirigentes ouvidos disseram a gestora teve lucro com a Arena. E que mesmo assim deixou o estádio com obras para serem realizadas no valor de R$ 30 milhões em 2023”, escreveu Mombach. Sem ter uma resposta definitiva sobre se o negócio foi bom ou não, o jornalista prefere dizer: “Era o negócio possível a ser feito.”

