Bruninho e Bernardinho juntos na seleção brasileira (Divulgação/FIVB)
O técnico Bernardinho é um dos grandes treinadores de vôlei, colecionando diversos títulos, principalmente comandando a seleção brasileira masculina, com dois ouros olímpicos, três Campeonatos Mundiais, duas Copas do Mundo, entre outros. Também foi vitorioso pela seleção feminina, por clubes, além de ter sido um ótimo jogador.
E em boa parte do tempo que foi treinador da seleção brasileira masculina, teve Bruninho, seu filho, como atleta. O levantador estreou na seleção em 2007, fazendo parte do grupo até o ano passado. Em entrevista ao “Charla Podcast”, Bruninho relembrou como era trabalhar com o pai, relembrando que sofreu bastante no começo.
“O início foi difícil, parece que ele queria mostrar que não tinha moleza por ser filho, pega até mais pesado. Os outros jogadores chegaram a falar que ele estava exagerando comigo. Mas, a nossa relação durante alguns anos foi de treinador e jogador, por uns três anos, ela esfriou. Férias eu não ia para a casa dele, eu fugia. Não tem como, era muita pressão e ele era meu treinador. Depois, as coisas foram melhorando, mas, só ficou tranquila, mesmo, quando acabou as Olimpíadas de 2016, dez anos depois.”
Conselho de Bruninho para Bernardinho
Levar broncas de Bernardinho não era um exclusividade de Bruninho, já que o treinador sempre foi conhecido por ser mais explosivo com os jogadores. Então, Bruninho relembrou uma conversa que teve com ele, entendendo que o trato com os atletas deveria ser diferente. “Em 2015 a gente teve um papo, eu usei o Lucarelli como exemplo, falei que ele estava cobrando o Lucarelli achando que estava cobrando o Giba, os caras têm personalidades diferentes, eles sentem a cobrança de maneira diferente”, disse ele.
Bruninho, então, seguiu falando sobre o conselho que deu para o pai, entendendo que isso ajudou ele a se reinventar. “A porradaria que tinha antigamente, hoje é um pouco diferente. Tem que cobrar, mas talvez conversar de outra forma, tem que entender a mudança de geração. Além disso, ainda tem que ter uma cabeça boa para se adaptar as mudanças do vôlei mundial e não ficar ultrapassado”, contou.
Bernardinho foi outro na Liga das Nações
Por fim, Bruninho conta que teve outra conversa sobre isso antes dele retornar à seleção, mas disse notar uma mudança de comportamento. “Agora, antes dele voltar à seleção, perguntei se ele estava pronto para comandar uma terceira geração. E vendo essa Liga das Nações, eu acho que ele encontrou muito bem o equilíbrio. Ele ainda cobra, mas ao mesmo tempo segura a onda, faz um carinho”, finalizou.
Na atual edição da Liga das Nações, o Brasil fez uma ótima primeira fase, terminando em primeiro geral, com 11 vitórias em 12 jogos. Porém, acabou caindo na semifinal para a Polônia, que terminou com o ouro. Na disputa de terceiro lugar, a seleção brasileira venceu a Eslovênia e terminou com o inédito bronze.

