Estevão em transferência para o Chelsea. Foto: Dylan Hepworth/Every Second Media Credit: Every Second Media/Alamy Live News
O futebol brasileiro segue como uma das maiores forças formadoras do planeta. Segundo o Observatório de Futebol do CIES, o país é o segundo que mais lucra com transferências internacionais de jogadores formados localmente. No entanto, quando o foco está nos atletas sub-20, o Brasil ocupa o primeiro lugar isolado.
O estudo mostra que metade das receitas brasileiras vem de jogadores com 20 anos ou menos. Esse número revela um movimento crescente de exportações precoces, que reforça a importância das categorias de base nacionais. As negociações acontecem cada vez mais cedo e confirmam o interesse global pelos jovens formados no país.
Jovens brasileiros impulsionam as receitas
A França lidera o ranking geral de transferências, com 3,98 bilhões de euros gerados em dez anos. No entanto, apenas 26,4% desse valor veio de atletas sub-20. Já o Brasil arrecadou 2,6 bilhões de euros no mesmo período, mas com 50,1% vindos de jovens dessa faixa etária.
Na prática, o país faturou cerca de 1,3 bilhão de euros apenas com atletas com até 20 anos. O dado reforça que os clubes brasileiros continuam sendo grandes fornecedores de promessas para o futebol europeu. Enquanto os clubes franceses vendem jogadores já prontos, o Brasil exporta talentos em formação.
Outros países seguem a mesma tendência
Além do Brasil, outras nações também priorizam a venda de jovens jogadores. A Sérvia, por exemplo, tem 64,7% de suas receitas ligadas a atletas sub-20. Já a Dinamarca apresenta 48,4%, enquanto Suécia e Bélgica registram 47,9% e 43,8%, respectivamente.
Esses índices indicam que diversos países adotaram uma estratégia parecida. O foco está em negociar cedo e garantir sustentabilidade financeira. Assim, o futebol se torna um setor econômico importante, capaz de gerar receitas mesmo antes do auge técnico dos atletas.
Exportações cada vez mais precoces
O Brasil vive um processo de exportação acelerada. Os grandes clubes europeus buscam reduzir custos contratando jovens antes de atingirem o auge. Essa mudança faz com que os jogadores brasileiros deixem o país ainda em fase de desenvolvimento.
Para os clubes nacionais, vender cedo tornou-se uma necessidade. As negociações ajudam a equilibrar as finanças e permitem novos investimentos. No entanto, esse modelo também levanta debates sobre a perda técnica do futebol brasileiro e o impacto esportivo das saídas rápidas.
Produto de formação internacional: França no topo
A edição 519 do Observatório Semanal de Futebol do CIES analisou cinquenta países que mais lucraram com transferências internacionais nos últimos dez anos. O levantamento inclui bônus e vendas complementares. A França ocupa a liderança, com 3,98 bilhões de euros gerados, o equivalente a cerca de 400 milhões por ano.
Outros dois países ultrapassaram a marca de dois bilhões: o Brasil, com 2,6 bilhões, e a Espanha, com 2,24 bilhões. Em seguida, aparecem Portugal, Holanda, Inglaterra, Alemanha, Itália e Argentina, todos acima de um bilhão.
As transferências de jogadores com 20 anos ou menos representam quase um terço do total global. Entre as vinte principais nações, esse percentual é especialmente alto na Sérvia, Brasil, Dinamarca, Suécia e Bélgica. Os números mostram um movimento claro de transferências cada vez mais precoces em países que se tornaram polos de formação.

