Dybala comemora gol pela Argentina. Foto: ZUMA Press Inc/Alamy Live News
O cenário político do Grêmio segue movimentado. Com a aproximação das eleições presidenciais marcadas para novembro, o clima nos bastidores do clube se intensificou. Um dos motivos veio da promessa de Dybala como reforço do Grêmio.
Disputa política e planos de gestão
Após retirada da candidatura de Marcelo Marques, que era considerado o favorito ao pleito. A saída do dirigente mexeu com o tabuleiro político e abriu espaço para novas articulações. Dois nomes agora polarizam a disputa: Paulo Caleffi e Odorico Roman.
Odorico Roman, que encabeça a chapa 2, é ligado ao mesmo grupo político de Marcelo Marques. Experiente, ele já foi vice-presidente de futebol do clube e fez parte da diretoria campeã da Libertadores de 2017, um dos títulos mais marcantes da história recente do Grêmio. Em sua proposta, Odorico enfatiza a valorização das categorias de base e a permanência de jovens talentos como Gabriel Mec e Alysson Edward, apostas que vêm ganhando espaço no elenco profissional.
Do outro lado, Paulo Caleffi surge como uma figura que promete oxigenar o comando do clube. Ele foi vice-presidente de futebol no início da gestão de Alberto Guerra, mas deixou o cargo após divergências internas. Mesmo assim, manteve influência nos bastidores e agora busca o cargo máximo com um discurso ousado, voltado à modernização da estrutura e à retomada do protagonismo do Grêmio no futebol sul-americano.
Caleffi já teria, inclusive, traçado planos ambiciosos para o caso de vitória. Fontes ligadas à sua campanha afirmam que ele pretende investir pesado no elenco e mira nomes de peso no cenário internacional. O principal deles é o atacante Paulo Dybala, atualmente na Roma.
Dybala no Grêmio? Um sonho ousado
De acordo com informações do jornalista Fábio Vargas, o nome de Dybala figura no topo da lista de reforços prioritários do projeto de Caleffi para 2026. O argentino de 31 anos tem contrato com a Roma até o meio de 2026, mas poderá assinar um pré-contrato com outro clube já a partir de janeiro.
A ideia de contar com o campeão mundial é vista como uma jogada estratégica de marketing e futebol. Dybala, que brilhou ao lado de Lionel Messi na campanha do título mundial da Argentina no Catar, é considerado um dos jogadores mais talentosos da sua geração. A contratação de um nome desse calibre seria uma resposta simbólica à chegada de Luis Suárez em 2023, negociação que contou justamente com a articulação de Caleffi nos bastidores da antiga gestão.
Entretanto, o desafio financeiro é grande. Segundo a imprensa europeia, Dybala recebe mais de R$ 6 milhões por mês na Roma, valor acima da atual folha salarial gremista. Ainda assim, pessoas próximas a Caleffi garantem que o projeto inclui novos patrocinadores e parcerias comerciais que tornariam o investimento viável. O valor de mercado do jogador, de acordo com o site Transfermarkt, é de 8 milhões de euros (cerca de R$ 51 milhões).
Apoio político e estratégia esportiva
Caleffi tem o apoio de parte do grupo que antes sustentava a candidatura de Marcelo Marques, o que amplia sua base política dentro do clube. O candidato também já teria iniciado conversas com ex-jogadores históricos do Grêmio para compor sua futura gestão. A ideia é ter Danrlei e Maicon em cargos estratégicos no departamento de futebol, reforçando a conexão com a torcida e trazendo experiência de vestiário para o dia a dia da equipe.
A estratégia segue um modelo que deu certo no passado recente, quando ídolos como Renato Portaluppi e André Zanotta participaram de gestões vitoriosas. O discurso de Caleffi é claro: unir tradição, identidade e ousadia para recolocar o Grêmio entre os principais clubes do continente.
