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CEO do Atlético-MG aponta motivos para saída da Libra e dispara contra o Flamengo

Dirigente do Galo explica que Rubro-negro apenas tumultuou o ambiente

Douglas Nunes
Formado em Jornalismo e com especialização em jornalismo esportivo, Douglas é jornalista há mais de 10 anos. Trabalhou com assessoria na Escola Zico e no Audax-RJ, além de ter sido repórter do Grupo O Dia. Está no mercado de iGaming desde 2016.
CEO do Atlético-MG aponta motivos para saída da Libra e dispara contra o Flamengo

CEO do Atlético-MG Bruno Muzzi. Foto Alamy.

O clima entre os clubes brasileiros ganhou novos capítulos após a saída oficial do Atlético-MG da Libra. O CEO do clube, Bruno Muzzi, explicou que a decisão já vinha sendo estudada, mas a recente ação do Flamengo na Justiça foi o estopim para o rompimento. Segundo o dirigente, o clube mineiro não concorda com o comportamento do Rubro-Negro, que classificou como “individualista” e prejudicial para o grupo.

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Em entrevista à Rádio Itatiaia, Muzzi afirmou que a diretoria do Galo vinha avaliando o movimento há semanas, mas o processo judicial movido pelo Flamengo acelerou a decisão. “Essa é uma decisão que já vinha sendo pensada há algum tempo. O Atlético-MG não compactua com essa visão individualista que, principalmente, o Flamengo vem tendo”, disse o CEO.

Ação gerou desconforto

O dirigente explicou que a ação do Flamengo, que questiona a divisão de receitas dos direitos de transmissão da Libra, causou desconforto entre os clubes. O pedido judicial do Rubro-Negro bloqueou parte dos valores repassados pelo Grupo Globo, afetando diretamente o fluxo de caixa de várias equipes — entre elas, o próprio Atlético.

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Muzzi reforçou que o clube sempre manteve boa relação com os demais associados, mas fez questão de apontar o Flamengo como exceção. “O Atlético sempre foi muito bem recebido por todos os clubes da Libra. A relação é saudável, exceto com o Flamengo, que só tumultuou. Tenho certeza de que os outros vão entender nossa posição e talvez repensem a deles também”, afirmou.

A insatisfação e o retorno à Liga Forte União

O rompimento com a Libra representa um retorno do Atlético-MG às origens. Em 2022, o clube foi um dos fundadores da Liga Forte União (LFU), grupo que defende um modelo mais equilibrado de distribuição de receitas e governança entre os clubes brasileiros. No ano seguinte, o Galo migrou para a Libra, atraído pela promessa de estabilidade financeira e maior valorização comercial.

Agora, dois anos depois, o time mineiro decide refazer o caminho e voltar à LFU. Muzzi explicou que a decisão reflete uma busca por equilíbrio e cooperação entre os clubes. “Naquele momento, achávamos que a Libra era o movimento mais adequado. Havia segurança nas negociações. Mas a LFU também fez um bom trabalho, e os últimos acontecimentos nos levaram a rever nossa posição”, comentou o executivo.

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O Atlético informou que a Sports Media Entertainment será responsável por adquirir parte dos direitos econômicos do clube relacionados ao Campeonato Brasileiro. O percentual e os valores da negociação não foram revelados.

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Compromisso com contratos e defesa da união

Apesar da mudança, o clube mineiro garantiu que cumprirá todos os contratos vigentes com a Libra até o fim de 2029. No comunicado oficial, o Atlético ressaltou que o retorno à LFU tem como objetivo fortalecer o diálogo e buscar a criação de uma liga unificada.

“O Atlético dará esse passo para somar, liderar pelo exemplo e contribuir para uma liga unificada que promova equilíbrio competitivo, crescimento dos clubes e sustentabilidade financeira”, diz o trecho da nota.

O clube destacou ainda que decisões tomadas de forma isolada prejudicam o desenvolvimento do futebol nacional. “Atitudes individualistas comprometem o diálogo e enfraquecem o propósito comum. O futebol só evolui com cooperação”, completou o comunicado.

Contexto do conflito com o Flamengo

Há um mês, o Flamengo ingressou na Justiça do Rio de Janeiro pedindo o bloqueio de parte dos repasses da Libra. O clube carioca questiona o modelo de divisão dos direitos de transmissão e quer uma nova definição para a partilha dos valores.

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A ação irritou os demais integrantes do grupo, que aguardavam o repasse da quantia para manter seus planejamentos financeiros. O episódio aumentou o atrito entre o Flamengo e outros clubes e foi visto como um sinal de ruptura política dentro da Libra.

Bruno Muzzi não poupou críticas ao comportamento do Rubro-Negro. Para ele, o futebol brasileiro precisa de consenso, e não de ações isoladas. “O Flamengo é um gigante, mas precisa entender que a força do futebol está na união. Quando um pensa só em si, todos perdem”, disse o dirigente.

Um novo cenário para as ligas do futebol brasileiro

Com a decisão do Atlético, o debate sobre a formação de uma liga unificada ganha novo fôlego. A LFU reúne atualmente 33 clubes, sendo 11 da Série A, e tem buscado construir um modelo de gestão baseado em transparência e governança profissional.

O Galo acredita que esse caminho é o mais sólido para o futuro do futebol nacional. A direção aposta em um modelo de cooperação semelhante aos padrões de ligas europeias, com maior equilíbrio financeiro e autonomia entre os participantes.

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O Flamengo, até o momento, não respondeu às declarações de Bruno Muzzi. O clube segue ativo na Libra e mantém a defesa de um modelo de distribuição de receitas proporcional à audiência e à relevância de mercado.

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