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Clube italiano é acusado de ligação com máfia e sofre intervenção judicial

Ministério Público suspeita de ligação da Camorra com Juve Stabia

Douglas Nunes
Formado em Jornalismo e com especialização em jornalismo esportivo, Douglas é jornalista há mais de 10 anos. Trabalhou com assessoria na Escola Zico e no Audax-RJ, além de ter sido repórter do Grupo O Dia. Está no mercado de iGaming desde 2016.
Clube italiano é acusado de ligação com máfia e sofre intervenção judicial

Jogador da Juve em campo. Foto: Nicola Ianuale/Alamy Live News

A polícia italiana e o Ministério Público colocaram o clube Juve Stabia sob administração judicial. A decisão ocorreu após uma investigação revelar supostas ligações entre a máfia italiana e o clube. O time disputa a segunda divisão nacional e tem sede na região da Campânia, tradicionalmente associada à organização criminosa Camorra.

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Durante entrevista coletiva, as autoridades classificaram a situação como grave. Segundo o promotor nacional antimáfia Giovanni Melillo, o clube teria se transformado em uma ferramenta usada por criminosos para movimentar recursos. As apurações indicam que o grupo D’Alessandro, ligado à Camorra, controlava setores estratégicos da gestão esportiva e administrativa da equipe até o ano passado.

Investigação aponta infiltração completa da máfia no clube

De acordo com o promotor Nicola Gratteri, o domínio da organização criminosa ia muito além das finanças. Ele afirmou que os mafiosos interferiam em praticamente todas as atividades do clube. A Camorra controlava desde a venda de ingressos até o transporte do elenco e a segurança nos estádios.

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Gratteri descreveu o cenário como um “pacote completo de 360 graus”. Segundo ele, a estrutura criminosa cuidava de todas as operações do dia a dia. “Os jogadores só precisavam jogar. A Camorra cuidava do resto”, declarou o promotor.

As autoridades ressaltaram que o caso demonstra a capacidade das máfias italianas de se infiltrar em ambientes de prestígio. Gratteri destacou que onde há dinheiro e poder, as organizações criminosas tentam exercer influência. Ele ainda comparou a relação da máfia com o futebol à proximidade que grupos mafiosos mantinham com instituições religiosas no passado.

Clube nega envolvimento direto com atividades ilícitas

Antes da intervenção, a Juve Stabia divulgou um comunicado oficial. O texto afirmou que as medidas judiciais se limitavam a prestadores de serviço externos, sem relação direta com a diretoria. O clube declarou que seus acionistas e dirigentes não são investigados nem suspeitos de envolvimento com atividades ilegais.

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Mesmo sob controle judicial, a equipe continuará disputando normalmente a Série B italiana. O tribunal deverá nomear novos administradores para acompanhar as operações do clube durante o processo. A intenção é garantir transparência e afastar qualquer tipo de influência criminosa do ambiente esportivo.

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A nota publicada pela Juve Stabia também reforçou que o time está colaborando integralmente com as autoridades. Segundo o comunicado, a instituição apoia todas as medidas destinadas a esclarecer os fatos e preservar a integridade do futebol italiano.

Caso reforça presença da máfia em ambientes de prestígio

O episódio reacende o debate sobre o poder das máfias regionais na Itália. A Camorra, com base na Campânia, é uma das organizações criminosas mais antigas e influentes do país. Nos últimos anos, ela expandiu suas atividades para diferentes setores, incluindo o futebol.

A investigação contra a Juve Stabia evidencia como a criminalidade organizada utiliza clubes de menor expressão para lavar dinheiro e consolidar influência política. Especialistas explicam que o futebol, por movimentar grandes valores e possuir forte apelo popular, se torna um alvo estratégico.

As autoridades italianas afirmam que novas ações poderão ser tomadas caso surjam provas adicionais. O Ministério Público continuará monitorando as finanças e contratos da equipe enquanto o processo estiver em curso.

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