Neymar nos tempos de Barcelona. Foto: Diebilderwelt / Alamy Stock
O ex-vice-presidente do Barcelona, Jordi Mestre falou mais uma vez sobre a saída de Neymar para o Paris Saint-Germain. Em entrevista ao programa Sports360, o ex-dirigente classificou o episódio como um dos momentos mais difíceis da história recente do clube.
Segundo Mestre, o atacante era considerado o sucessor natural de Lionel Messi e peça central no futuro do projeto esportivo do Barça. “Sinto muito que o Neymar não tenha ficado, porque ele era extraordinário. Deveria ter sido o sucessor de Messi”, afirmou.
Surpresa total nos bastidores
Jordi Mestre revelou que a diretoria e o elenco estavam completamente confiantes na permanência do craque. “Tínhamos 200% de certeza de que Neymar ficaria. Por isso, sua saída foi um choque para todos dentro do clube”, contou.
A decisão do brasileiro de aceitar a proposta do PSG em 2017, por €222 milhões (R$ 821 milhões), surpreendeu o vestiário. O valor estabeleceu o recorde da transferência mais cara da história do futebol, mas abriu uma ferida que o Barcelona ainda tenta cicatrizar.
A virada que mudou o destino do clube
A venda de Neymar marcou o fim de uma era e o início de uma fase instável. Isso porque sem o astro, o famoso trio MSN, formado por Messi, Suárez e Neymar se desfez. Com isso, o Barcelona perdeu parte de sua força ofensiva.
O clube tentou reagir investindo em reforços caros, como Philippe Coutinho, Dembélé e Griezmann. No entanto, as contratações não renderam o esperado e agravaram a crise financeira. “A saída de Neymar mudou completamente o planejamento. O Barcelona perdeu equilíbrio técnico e estabilidade econômica”, explicou Mestre.
A partir desse ponto, o projeto esportivo se desorganizou. A diretoria enfrentou críticas, e o time entrou em um ciclo de reformulações e resultados inconsistentes. Para o ex-dirigente, aquele foi o divisor de águas que abriu caminho para o declínio do clube catalão.
Consequências e a saída de Messi
Durante a entrevista, Mestre também abordou a saída de Lionel Messi anos depois. Segundo ele, a relação entre o craque argentino e o atual presidente Joan Laporta ainda é marcada por ressentimentos.
“Tudo o que o Barcelona fizer por Messi será pouco. Sei, por pessoas próximas, que ele e sua família continuam muito magoados com Laporta”, revelou.
As declarações reforçam a ideia de que o fim da “era de ouro” do Barça não aconteceu de forma planejada, mas como resultado de decisões equivocadas e rupturas emocionais.
O legado que o Barcelona tenta reconstruir
A saída de Neymar representou o início de uma sequência de mudanças que o clube ainda tenta superar. Isso porque a perda de protagonismo na Europa, o enfraquecimento financeiro e a dependência excessiva de Messi deixaram marcas profundas.
Hoje, o Barcelona vive um processo de reconstrução, buscando novas lideranças e uma identidade moderna sob a direção de Deco e o comando técnico de Hansi Flick. Ainda assim, a lembrança daquela transferência histórica segue presente entre dirigentes e torcedores.
Como concluiu Jordi Mestre: “Com Neymar e Messi juntos, o Barcelona teria garantido mais alguns anos de hegemonia. Perdemos mais do que um jogador. Perdemos o rumo.”

