Vasco e Crefisa avançam em acordo e clube pode receber novos investimentos

O Vasco deu mais um passo na aproximação com a Crefisa. Um mês depois de receber o “sinal verde” para captar um empréstimo de R$ 80 milhões com a empresa de Leila Pereira, o clube agora negocia um novo pacote de investimentos voltado às modalidades do associativo. A informação foi divulgada pelo jornalista Fábio Azevedo e movimentou os bastidores do futebol brasileiro nesta segunda-feira.

De acordo com o apurado, a Crefisa pretende investir cerca de R$ 5 milhões no Vasco associativo. A divisão prevista é de R$ 3 milhões para o remo, modalidade histórica do clube, e R$ 2 milhões distribuídos entre futsal e basquete. O movimento reforça a reaproximação entre a instituição financeira e o esporte vascaíno, que vive fase de reconstrução esportiva e financeira.

Empréstimo com garantia de 10% da SAF

Em outubro, o Vasco captou R$ 80 milhões com a Crefisa. Para formalizar o acordo, o clube ofereceu como garantia 10% das ações da SAF, em um processo que exigiu aval judicial, já que o Cruz-Maltino está em recuperação judicial.

A operação provocou debates intensos nos bastidores, especialmente pela participação de uma empresa comandada por uma das figuras mais poderosas do futebol brasileiro — Leila Pereira, presidente do Palmeiras.

O empréstimo abriu portas para novas negociações, e a ampliação da parceria voltada ao associativo surge como consequência direta desse primeiro acordo.

Polêmica cresce após críticas de Bap

A aproximação entre Vasco e Crefisa também acendeu um conflito público entre Flamengo e Palmeiras. Luiz Eduardo Baptista “Bap”, presidente rubro-negro, criticou abertamente os termos do empréstimo e insinuou que o processo poderia esconder uma tentativa de compra futura do clube.

O presidente do Flamengo levantou dúvidas sobre o modelo de garantia utilizado: “Quem aqui já pegou dinheiro com instituição financeira? Algum banco pede como garantia as ações do negócio que não vai bem? Quem pede ações da SAF se não puder ser pago?”, afirmou.

Bap também relembrou o processo que levou investidores ligados aos irmãos Menin a assumirem o controle do Atlético-MG: “Da última vez que isso aconteceu, os Menin compraram o Atlético-MG. Cresceram a dívida e executaram.”

A fala insinuou que a Crefisa poderia estar preparando terreno para adquirir o Vasco no futuro, levantando discussões sobre Fair Play financeiro e governança no futebol brasileiro.

Leila retruca e ironiza Presidente do Flamengo

Leila Pereira respondeu de forma direta e irônica, reforçando que sua atuação sempre foi pautada por contratos e transparência:

“O presidente Bap tem razão quando diz que tenho uma agenda clara. Trabalho pelo crescimento do futebol brasileiro e honro todos os contratos assinados pelo Palmeiras.”

A presidente do Palmeiras encerrou a resposta com ironia: “Ele pode ficar tranquilo: não estou comprando o Vasco. Aliás, não estou comprando nem o Vasco, nem a Netflix.”

A declaração faz referência a uma fala antiga em que Bap, ainda executivo da Sky, sugeriu comprar a Netflix.

Vasco vê oportunidade estratégica apesar das críticas

Internamente, o Vasco avalia a parceria como positiva. A relação com a Crefisa fortalece setores do associativo que historicamente carecem de investimento. O remo será o principal beneficiado, enquanto futsal e basquete ganharão impulso relevante.

O movimento também chega em um momento chave. O clube ainda precisa consolidar sua recuperação esportiva e financeira enquanto mantém o planejamento da SAF para a próxima temporada, buscando reforços e estabilidade.

Nos bastidores, dirigentes classificam o acordo como “estratégico”, especialmente porque amplia a rede de financiamento e aproxima o Vasco de agentes com forte poder econômico no futebol nacional.