Boto confia em retorno de Vini Jr ao Flamengo: “isso é certo”
Diretor esportivo afirma que ciclo esportivo foi cumprido e aposta em consolidação internacional
Vinicius Jr é o sexto jogador mais bem pago do mundo Foto: Marco Canoniero/Alamy Live News
O diretor esportivo do Flamengo, José Boto, voltou a colocar o clube no centro do debate internacional. Em entrevista ao jornal espanhol As, o dirigente português afirmou que Vinícius Junior retornará ao Rubro-Negro em algum momento da carreira. A declaração foi feita em tom de convicção, sustentada pelo vínculo emocional entre o jogador do Real Madrid e o clube onde foi revelado.
Para Boto, a relação construída por Vinícius Junior com o Flamengo ultrapassa a passagem profissional. “Quem vive o Flamengo cria um amor e uma paixão para a vida toda. Vai chegar o momento em que ele vai querer voltar. Isso é certo.” O dirigente tratou o retorno como algo natural, sem estipular prazos ou condições contratuais.
Objetivos esportivos já foram alcançados
Na avaliação de José Boto, o Flamengo encerrou um ciclo importante do projeto esportivo iniciado nos últimos anos. O dirigente afirmou que os principais objetivos foram cumpridos, com títulos nacionais e continentais que recolocaram o clube em posição de protagonismo.
“Já fizemos o mais importante: ganhar o campeonato e a Copa Libertadores. Esse era o objetivo. Agora é hora de dar o toque final.” A leitura interna é de que o clube precisa avançar além das conquistas, buscando estabilidade e reconhecimento em um cenário mais amplo.
Copa Intercontinental como termômetro global
Dentro dessa nova etapa, a Copa Intercontinental aparece como um ponto estratégico. Boto destacou o valor simbólico da competição para medir o nível real do Flamengo diante das principais equipes europeias.
“É tão importante para os torcedores quanto para o projeto. Permite ver onde estamos, comparando-nos com os melhores times da Europa.” Segundo ele, o torneio funciona como um espelho do trabalho desenvolvido e ajuda a ajustar padrões internos de exigência.
Mudança de mentalidade no mercado
O dirigente também abordou a transformação na política de contratações. Ao chegar ao clube, encontrou resistência à ideia de disputar jogadores que atuavam no futebol europeu. Essa postura, segundo ele, foi sendo revista ao longo do projeto.
“Quando cheguei, disse que o Flamengo, pelo nome e orçamento, podia competir por alguns jogadores que estão na Europa. Antes, diziam: ‘Nem vamos tentar’.” Boto afirmou que havia a percepção de que clubes médios europeus eram escolhas automáticas, o que limitava a ambição rubro-negra.
Reputação que abre portas
A estratégia passou a priorizar atletas com mercado ativo fora do Brasil. Para Boto, a chegada desses nomes gera um efeito cascata positivo, alterando a imagem do clube no cenário internacional.
“Quando você traz jogadores que têm clubes interessados neles, isso muda a percepção. Outros atletas perguntam, querem saber como é, e isso abre o mercado.” O dirigente vê essa dinâmica como essencial para consolidar o Flamengo como destino competitivo, não apenas financeiramente atrativo.
Estrutura comparável à elite europeia
José Boto fez questão de ressaltar que o Flamengo oferece mais do que salários elevados. Ele citou estrutura, suporte médico e ambiente esportivo como diferenciais relevantes.
“É um projeto para ganhar títulos, com uma emoção diferente, uma forma mais pura de viver o futebol.” Segundo o dirigente, o clube possui instalações e recursos equivalentes aos encontrados em Real Madrid, Benfica ou Juventus, o que sustenta a ambição global.
Filipe Luís e o desafio da continuidade
Ao falar do futuro, Boto comentou sobre Filipe Luís, tratado internamente como um técnico em ascensão. O dirigente reconheceu que manter o treinador pode se tornar um desafio no médio prazo.
“Ele é incrivelmente dedicado, trabalha muito, analisa adversários e a própria equipe o tempo todo.” Para Boto, a saída precoce poderia comprometer a estrutura montada. Ainda assim, o reconhecimento externo é visto como consequência natural do trabalho.
Sem promessas grandiosas ou discursos definitivos, o dirigente desenha um Flamengo que busca estabilidade no topo. A convicção sobre Vinícius Junior simboliza mais do que uma volta futura. Representa a ideia de pertencimento que o clube tenta transformar em ativo permanente.

