Repescagens da Copa do Mundo definirão últimos seis participantes (foto: Muhammed Faisal/Alamy)
Com a aproximação da Copa de 2026, voltou à tona a discussão sobre erros que marcaram edições antigas do torneio. A Betfair decidiu revisitar lances decisivos do Mundial sob outra ótica: a do VAR. A análise considera situações que, segundo a casa de apostas, poderiam alterar resultados e até mudar o destino de alguns dos maiores nomes da história do futebol.
O estudo reúne episódios desde as primeiras Copas e projeta como a tecnologia influenciaria placares, classificações e títulos. As conclusões podem surpreender torcedores de várias gerações, especialmente pela inversão de campeões em edições marcantes. As simulações completas estão disponíveis no site O VAR nas Copas.
Puskás teria levantado a taça de 1954
Um dos casos mais comentados envolve a Hungria de 1954, time que marcou época com domínio técnico e ofensivo. O estudo destaca um gol de Ferenc Puskás anulado aos 89 minutos na final contra a Alemanha. Com a validação do lance, o placar iria a 3 a 3, abrindo nova chance para os húngaros, apontados como favoritos naquele ciclo.
A seleção era considerada uma potência e acumulava conquistas relevantes, como o ouro olímpico em Helsinque. Puskás, figura central daquele elenco, segue lembrado como um dos maiores jogadores do século 20 e daria ao país seu primeiro título mundial.
Brasileiros icônicos perderiam títulos
A revisão histórica afeta diretamente três dos maiores nomes da Seleção Brasileira. De acordo com o levantamento, Romário, Rivaldo e Ronaldo não teriam conquistado Copas se o VAR funcionasse em 1994 e 2002. A pesquisa aponta que erros favoráveis ao Brasil interferiram no desenrolar das duas campanhas.
Em 1994, a análise cita equívocos contra a Espanha no duelo diante da Itália, o que poderia alterar a configuração dos confrontos. Além disso, a falta em Branco, que originou o gol decisivo na semifinal, seria invalidada pela tecnologia. Já em 2002, um gol mal anulado da Bélgica contra o Brasil teria força suficiente para mudar o caminho rumo ao penta, abrindo a possibilidade de título para Espanha ou Itália.
Rivaldo comenta lances decisivos
Rivaldo, protagonista em 2002 e embaixador da Betfair, comentou a reinterpretação dos lances daquela campanha.
“No jogo da Copa de 2002, hoje posso dizer que aquela bola do Luizão, no lance do pênalti contra a Turquia, foi fora da área. Claro que não tinha como voltar naquele momento, porque não existia VAR para analisar. Pensando rápido, tem também o gol que tomamos contra a Bélgica. O VAR poderia analisar e dizer: ‘não foi falta’. Ele apenas cabeceou, não empurrou o Roque Júnior. E o gol valeu. Com o VAR, esse lance poderia ter sido visto de outra forma, assim como aquele pênalti que o árbitro marcou em 2002 numa bola que foi fora da área. Então existem situações para os dois lados na Copa de 2002”, comentou.
Para o ex-meia, decisões erradas sempre existiram, e o VAR não elimina todas. Ele acredita que, embora o recurso reduza injustiças, ainda apresenta falhas. Segundo Rivaldo, episódios semelhantes seguem acontecendo, mesmo com a presença da ferramenta.
Campeões que continuariam no topo
O estudo também reexaminou lances clássicos envolvendo Maradona e Zidane. O gol de mão de 1986 seria anulado, o que levaria a Inglaterra ao título. Mesmo assim, a Argentina de Maradona seria campeã em 1990, já que a final contra a Alemanha teve um pênalti contestado e um toque de mão não marcado.
Outra projeção impacta a Copa de 2006. Segundo a Betfair, a Itália não deveria ter superado a Austrália nas oitavas, resultado que alteraria o percurso do torneio e daria à França o segundo título mundial da geração de Zidane.
A análise também aponta que a França não teria vencido em 1998. A Itália, prejudicada por erros naquele Mundial, seria a campeã segundo o cruzamento de dados e decisões revisadas. Ao todo, a Betfair listou 26 lances capazes de reescrever a história do torneio.

