John Textor está com problemas e deve fechar o cofre do clube (Foto: Wagner Meier/Getty Images)
O jornal francês L’Équipe revelou que o Lyon recebeu cobranças ligadas a operações que envolvem atletas do Botafogo. As transações teriam ocorrido quando John Textor controlava os dois clubes. As informações indicam movimentações sem registro nas autoridades do futebol francês. O caso adiciona nova pressão ao momento financeiro do time.
As cobranças partiram da empresa MCCP Investment Partners. Ela antecipou valores de negociações envolvendo cinco jogadores. O problema surgiu quando o Lyon verificou que nenhuma dessas operações constava nos registros da Liga Profissional de Futebol da França. Isso levantou dúvidas sobre a legalidade das movimentações.
A situação foi descrita pelo jornal francês como novo escândalo herdado da gestão Textor. O dirigente deixou a presidência do clube em junho de 2025. O período foi marcado por forte crise financeira. O Lyon escapou do rebaixamento de maneira dramática naquela temporada.
Cinco atletas aparecem nas supostas operações
Segundo a publicação, a MCCP cobrou o Lyon por valores ligados a Igor Jesus, Luiz Henrique, Savarino, Jair Cunha e Thiago Almada. As transações teriam acontecido entre julho de 2024 e março de 2025. As operações criaram um passivo de 120 milhões de euros. O total equivale a mais de 700 milhões de reais na cotação atual.
Quatro jogadores nunca chegaram a ser inscritos pelo clube francês. A única exceção foi Almada. Ele foi registrado e depois cedido sem custos em janeiro de 2025. O Lyon não apresentou justificativa clara para essas operações. A ausência de documentação reforçou a desconfiança interna.
Os dirigentes começaram a receber e-mails de Vikram Nayyar. Ele é vice-presidente da MCCP. As mensagens cobram a primeira parcela de 41,5 milhões de euros referentes à compra de Igor Jesus. Esse valor teria sido antecipado pela empresa. O atacante jamais vestiu a camisa do Lyon. Ele foi vendido logo depois ao Nottingham Forest.
Botafogo também afirma não ter recebido pagamentos
A crise não envolve apenas o clube francês. O Botafogo também cobra valores referentes às mesmas negociações. O clube brasileiro afirma que não recebeu nenhum pagamento das transações que aparecem nos documentos. As operações foram registradas nos balanços de ambos os times durante o controle da Eagle Football.
O caso ampliou a pressão sobre a Eagle e sobre a atuação de Textor. O dirigente segue à frente da SAF do Botafogo. A empresa mantém o controle do clube brasileiro. A situação financeira do Lyon, porém, passou a ser conduzida por outras mãos. A nova direção tenta reorganizar contas e reduzir gastos. Em meio a crises, Textor mira compra de clube inglês.
Michele Kang assume e impõe austeridade total
Após o afastamento de Textor, a empresária Michele Kang assumiu o comando executivo do Lyon. Ela iniciou uma administração focada em austeridade. O clube tenta corrigir falhas herdadas da gestão anterior. A recuperação exige cortes e reavaliações. As cobranças da MCCP adicionam novo obstáculo ao processo.
A situação pode evoluir para disputa jurídica. O Lyon tenta entender como operações não registradas constaram nos balanços. O Botafogo quer receber os valores declarados. A Eagle Football precisa explicar a origem dessas movimentações. O caso continua provocando tensão entre todas as partes.

