A apresentação da banda Coldplay, neste final de semana, no Morumbi, impossibilitou a realização do jogo entre São Paulo e Água Santa no estádio Tricolor. Para manter o confronto na próxima segunda-feira (13), os comandados de Rogério Ceni entrarão em campo no Allianz Parque, que é a casa do Palmeiras.
Essa não é a primeira vez em que os dois times prestam ajuda mútua neste ano. No mês de fevereiro, o Verdão venceu o Santos no Morumbi, após ter o seu estádio alugado para um outro evento cultural.
Apesar do clima amistoso entre os dois rivais, a presença da torcida São Paulina tem incomodado os comerciantes que atuam na Rua Palestra Itália, onde está localizada a arena do Verdão.
Medo no comércio
O Palmeiras é uma grande referência no local, sendo parte da temática de muitas lojas que atuam na rua. De acordo com reportagem da ESPN, que ouviu a opinião de comerciantes no entorno, este fator causa grande insegurança no comércio.
Para a filha do dono da Lanchonete Palestrina, Juliana Maranhão, existe o medo relacionado a possíveis depredações causadas por torcedores.
“Para nós, é um absurdo. Será colocada em risco a nossa segurança e dos nossos colaboradores. Sou moradora do bairro, tenho uma filha de quatro anos e não vou nem levá-la à escola (na segunda-feira). É um absurdo a Federação (Paulista) ter liberado isso. É um absurdo o que a (presidente do Palmeiras) Leila (Pereira) está fazendo. O Palmeiras está pensando só no dinheiro, só no bem deles? É ridículo isso do São Paulo vir para cá mandar o jogo. Isso não existe, é muito perigoso”, questionou.
“A PM diz que vai garantir nossa segurança, mas que garantia nós temos? Em outros jogos, mesmo com mando do Palmeiras, na final do Mundial, por exemplo, a polícia estava aqui na rua e mataram uma pessoa na nossa porta! […] Minha porta está ao lado de um monte de torcidas organizadas. Como vão garantir segurança? É um absurdo!”, continuou.
“Vou ter que perder meu movimento, pois temos convênios aqui. Não vamos atender nossos clientes e vamos ter que fechar, porque quem garante nossa integridade física? Se entrarem aqui e saquearem nossa loja, a Leila vai cobrir nosso prejuízo? Não, ela não vai ressarcir. […] Já ficamos dois anos com as portas fechadas (na pandemia de COVID-19), aí vêm a Leila e a Federação e fazem isso com a gente. Seremos obrigados a fechar. É uma injustiça o que estão fazendo com os comerciantes e moradores. Estou indignada com tudo”, finalizou.
Em meio aos questionamentos, a reportagem da ESPN também entrou em contato com o Palmeiras, que realçou a importância da segurança pública em uma partida de futebol.
“Questões relacionadas à segurança pública são de responsabilidade das autoridades e dos órgãos competentes. Cabe salientar que a partida entre Palmeiras e Santos, realizada recentemente no Estádio do Morumbi, transcorreu sem qualquer transtorno diante da colaboração de todos os envolvidos no evento”, declarou o clube Palestrino.
Outra opinião
Para outros comerciantes, o duelo entre São Paulo e Água Santa pode representar um maior movimento durante a segunda-feira. O dono do Bar São Marcos, Jairo Costa Santos, pretende manter o seu estabelecimento aberto no dia do jogo.
“Quando você vai na casa dos outros, não pode chegar bagunçando”, declarou o comerciante, que prestou uma pequena homenagem ao ex-goleiro Alviverde em seu estabelecimento comercial.
Outro espaço querido pelos torcedores palmeirenses é a Lanchonete Alva Verde, que fica localizada nas esquinas das Ruas Palestra Itália e Caraibas. Segundo um funcionário do local, é previsto que o restaurante funcione normalmente durante o jogo do São Paulo.
“Até agora não me falaram nada (sobre fechar as portas na segunda-feira). Estou convocado normalmente para vir”, informou.
Lojas esportivas
Além dos bares e restaurantes, a rua também conta com o comércio de materiais esportivos, com destaque para a Loja Oficial do Palmeiras, localizada na entrada do clube social. A princípio, o estabelecimento estará aberto na segunda-feira até às 18h.
Outras lojas como a Tifosi, Verde e Branco e Porcolândia sofrem com o clima de incerteza. Para alguns vendedores, a grande presença da torcida Tricolor poderá afastar possíveis clientes alviverdes.
“Não vale a pena abrir… Até os próprios palmeirenses que passam por aqui diariamente vão ter medo de frequentar o lugar no dia”, declarou Vandelei Laurino, da Porcolândia.
Por fim, a ESPN também apurou a situação da Loja Mancha Alvi Verde, que vende produtos da maior torcida organizada do Porco. De acordo com a publicação, o estabelicimento será fechado e contará com um maior policiamento no seu entorno.

