Os pais de Gabriela Anelli, torcedora que faleceu nesta segunda (10), após ser atingida por uma garrafa antes da partida entre Palmeiras e Flamengo, no último sábado (8), expressaram profundo pesar pela perda de sua filha. Em depoimento à imprensa em frente à unidade do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE), Jucilene Prado Anelli dos Santos, mãe de Gabriela, enfatizou: “As pessoas falam que as torcidas organizadas são só de briga, não é verdade. Existem pessoas ali dentro que são negativas, mas a minha filha não, ela tinha vários amigos, fazia ações sociais, sempre ajudando, sempre amando o time dela. É lamentável o que aconteceu, tiraram a nossa menininha da gente”, lamentou.
A família estava presente no jogo do último final de semana, aguardando a chegada de Gabriela ao Allianz Parque junto à torcida da Mancha Verde, e só teve notícia sobre a situação da filha ao final da partida. Jucilene detalhou o ocorrido : “Foi aí que aconteceu o assassinato. A gente fala assim porque mataram a minha filha. Só soube depois do fim do jogo, pois não havia sinal de celular para receber a ligação lá dentro. Ela já tinha passado por uma cirurgia e estava sendo levada para a UTI. Hoje recebemos a notícia de que ela não resistiu”, relatou.
Diante da situação, Ettore Marchiano Neto, pai de Gabriela, que estava junto de Jucilene no relato à imprensa, desabafou sobre a impotência da família: “Neste momento, não temos palavras. Nunca saímos de casa pensando que ela não iria voltar, nem mesmo imaginávamos algo assim. É revoltante que alguém possa cometer uma atrocidade desse tipo, atravessando um estado para tirar a vida da minha filha”, falou.
Gabriela, que faleceu aos 23 anos, lutou contra problemas de saúde desde a infância. Ela chegou a passar por uma cirurgia no coração. “Gabriela sempre foi o meu grande amor, minha menininha. Ela lutou desde pequena por causa de seu problema de saúde. Foi uma verdadeira guerreira até o último momento na UTI, chegamos a vê-la recuperar a respiração lá. Não foi sua condição de saúde que a tirou da vida, mas sim uma garrafa que cortou sua jugular. Agora, estamos aqui sem ela”, desabafou Jucilene.
Polícia Militar confirma incidente que levou à morte de torcedora
Em nota oficial, a Polícia confirmou o incidente ocorrido no último sábado (8) e informou que Gabriela ainda passou por cirurgia, sofrendo duas paradas cardíacas. Atingida por uma garrafa em seu pescoço, a torcedora do Palmeiras encontrava-se estado grave e foi encaminhada ao Pronto Socorro da Santa Casa, mas infelizmente não resistiu aos ferimentos.
Ainda segundo a Polícia, há registro de duas “confusões” prévias ao jogo entre Palmeiras e Flamengo. Uma teria ocorrido na rua Caraíbas, rua de acesso de palmeirenses ao Allianz Parque e outra na rua Padre Antônio Tomás, que conta com portões de acessos tanto para a torcida alviverde como para torcedores visitantes. Foi neste trecho, na divisão entre as torcidas que teria ocorrido o ferimento de Gabriela.
Leonardo Felipe Xavier Santiago teria sido o autor do arremesso da garrafa e foi preso em flagrante. O jornalista Mauro Cezar Pereira foi quem divulgou a informação, durante o programa Posse de Bola, do Uol Esporte. O delegado César Saad, da Delegacia de Repressão aos Delitos Esporte (Drade), a confirmou.
As autoridades irão indiciar Santiago por “homicídio doloso consumado”, . Segundo a Drade, ele fazia parte da torcida organizada “Fla Manguaça”, mas não estava presente no jogo em caravana. As autoridades policiais tratam o caso como uma ação solitária.
