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Carlo Ancelotti diz que técnicos brasileiros têm pouca força no exterior

Técnico do Brasil participa do Fórum Brasileiro dos Treinadores de Futebol e vive situação constrangedora

Emerson Silva
Jornalista com trajetória iniciada em 2007 e com passagens por instituições de destaque como o jornal Lance!, Fla TV e o Jockey Club Brasileiro. Apaixonado por contar histórias, acompanho o esporte de perto e valorizo cada detalhe para que a mensagem chegue de forma clara e interessante para quem lê.
Carlo Ancelotti diz que técnicos brasileiros têm pouca força no exterior

Brasil de Carlo Ancelotti voltou ao quinto lugar no ranking da Fifa (foto: AP Photo/Lee Jin-man/Alamy)

O técnico da Seleção Brasileira, Carlo Ancelotti, participou na tarde desta terça-feira do Fórum Brasileiro dos Treinadores de Futebol e foi sincero com os colegas brasileiros. Em seu primeiro encontro com os treinadores do país, Ancelotti reconheceu que a figura dos técnicos brasileiros no exterior é fraca. Segundo ele, a mudança de cenário só acontecerá com a união dos profissionais pela causa.

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“Gosto de estar aqui, viver aqui, conhecer a estrutura do futebol brasileiro e também a força do treinador brasileiro. Tenho que ser honesto: não é tão forte. Porque uma das primeiras coisas que escutei e não entendo é: por que o treinador brasileiro não pode treinar na Europa? Significa que a figura é um pouco fraca. Creio que é muito importante trabalhar juntos, todos os treinadores, para que a Federação Brasileira de Treinadores seja forte”, disse.

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Ancelotti vive cenário de constrangimento

Carlo Ancelotti é o primeiro técnico estrangeiro da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo. A chegada do italiano coincide com o momento de ascensão dos treinadores estrangeiros no país. Desde a vitoriosa passagem de Jorge Jesus pelo Flamengo em 2019, as portas para profissionais de outros países ficaram abertas — o que vem gerando resistência entre os técnicos brasileiros, especialmente os mais experientes.

Por conta disso, Ancelotti passou por um momento de constrangimento durante o evento. O ex-técnico Emerson Leão tomou a palavra e, em seu discurso, deixou claro que não gosta da presença de treinadores estrangeiros no país. No entanto, após o desabafo diante do técnico italiano, Leão reconheceu que a “invasão” de profissionais de fora é culpa dos próprios brasileiros.

“Eu sempre disse que não gosto de treinadores estrangeiros no meu país, e isso serve para o Mancini, que é o presidente (da Federação Brasileira de Treinadores). Estou falando aqui na frente da nossa casa. Antes eu falava que eu não suportava, não suportaria treinadores estrangeiros. Você sabe que eu já falei isso, né Zé (Mário, ex-jogador e ex-treinador presente ao evento)? Você sabe que eu já falei isso e não mudo. Não mudo a minha opinião”, disparou, e seguiu:

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“Mas tenho que ser inteligente o suficiente para dizer que isso tudo tem um culpado: nós. Nós, treinadores, somos culpados pela invasão de outros técnicos que não têm nada a ver com isso”.

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Oswaldo endossa o constrangimento

Campeão do Mundial de Clubes com o Corinthians, Oswaldo Oliveira também causou um leve constrangimento ao treinador ao afirmar que não queria um técnico estrangeiro na Seleção. No entanto, disse torcer para que o italiano conquiste o título mundial e, depois, um brasileiro assuma o cargo.

“Eu não queria treinador estrangeiro, mas não tinha jeito. Se tivesse que ser, que fosse esse senhor. Torci para ser esse senhor (Ancelotti). Depois que ele for embora, campeão do mundo, que venha um brasileiro”, revelou.


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